Administração de Dados: Novos tempos... Velhos problemas...

 

No mês de julho realizamos nosso curso de Capacitação de Administradores de Dados e tivemos o prazer de reunir mais de 30 profissionais de empresas como:

   
 Bradesco, BNDES,Caixa Econômica Federal, Petrobrás, Visa Net, CETESB, entre outras.


Neste mês de outubro estaremos realizando a segunda turma (ver www.expertise.com.br).

No presente artigo trago ao leitor algumas observações importantes sobre problemas que a AD (Administração de Dados)  enfrenta  na atualidade (na verdade são problemas antigos, mas que ainda permanecem sem solução de continuidade em algumas empresas). Estas observações foram obtidas através dos debates que promovemos com os participantes do curso acima citado, bem como pela experiência prática que obtive  nas várias empresas em que tive o prazer de auxiliar na instituição da filosofia de AD , na estruturação de suas áreas e em mais de uma centena de treinamentos que pude ministrar.

 

Destaquei quatro grandes problemas que foram tema de discussões os quais apresento abaixo, juntamente com algumas considerações básicas e  sugestões de solução :

 

1-       Falta de prestigio para a AD

 

  • A Administração de Dados foi, em várias organizações, situada erroneamente sob a mesma gestão da área de DBA (Administração de Banco de Dados). Isto acarretou um problema de identidade organizacional, ou seja, as pessoas não entendem o que faz a AD!
  • A Administração de dados não se preocupou em demonstrar seus resultados de forma quantitativa, esperando que todos observassem os benefícios que ela propicia através da melhor qualidade das informações. Porém,  isto é difícil, pois é necessário mostrar números! O nome Administração de Dados sofreu então extremo desgaste ao longo dos anos e atualmente as empresas buscam uma denominação mais apropriada para a área responsável por exercer esta função.

    Sugestão de Solução:

§         Trocar o nome da função;

§         Criar Indicadores para demonstrar resultados;

§         Estabelecer Gerencia própria (Identidade clara para a função)

 

2-      Ausência de processos formalmente definidos

 

A necessidade de gerar algum tipo de resultado fez (e ainda faz!)  com que as empresas iniciem suas atividades de AD sem amparo de processos que as regulamentem.

Estabelecer padrão para nomes de Entidades, Atributos, Relacionamentos, Bibliotecas de Modelos  e outros,  é necessário, mas isso, nem de longe, irá conferir  a robustez necessária para o funcionamento adequado da AD.

É fundamental  que existam processos que  demonstrem, entre outras coisas:

 

§         Fases da Metodologia de Desenvolvimento de sistemas em que a AD deve atuar;

§         Interações com outras áreas;

§         Produtos que deve gerar;

 

      Sugestão de Solução: Contratar empresa com know-how comprovado e sistematizar os processos;

                     Sugerimos uma arquitetura que contemple os seguintes processos:

 

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3-      Numero de profissionais insuficiente para desempenhar a função de maneira adequada.

 

  • Na verdade este problema deriva do problema numero um,  pois sem prestigio há grande dificuldade de conseguir aprovação de recursos. Todavia, fiz questão de destacá-lo devido ao grande número de empresas que enfrentam este problema.

 

Sugestão de Solução: Implementar soluções do problema um;

                                   Pensar num modelo de atuação que possa utilizar mão de obra de terceiros. Gerenciamos com sucesso trabalhos em organizações onde terceiros executam as avaliações de qualidade de modelos de dados (a maioria dos itens), deixando os Administradores de Dados (funcionários) com mais tempo para dedicar-se a projetos.

                                   

 

 

4-      Escolha equivocada de Parceiros e ou Ferramentas

 

  • Algumas  empresas de consultoria, sem experiência efetiva , oferecem apoio para estruturação de áreas de AD, treinamentos de Modelagem de Dados, Ferramentas de apoio, etc. Infelizmente algumas  Organizações  acabam “embarcando” nesse caminho.

Sugestão de Solução: Estabelecer um processo rígido de avaliação de fornecedores de serviços e ferramentas. É preciso questionar itens como:

 

Experiência: O fornecedor já realizou e CONTINUA realizando trabalhos nesta área? Onde?

 

Profissionais: Qual o nível técnico dos profissionais oferecidos?  Possuem referencias?

 

Solidez da empresa fornecedora: Amanha não ficarei “na mão”?

 

E como estamos falando de Administração de Dados aproveito o espaço para introdução de nosso próximo assunto: Modelagem de Dados.  Neste artigo não estarei falando sobre conceitos básicos de modelagem, mas sim fornecendo dicas para solucionar alguns problemas mais complexos.

 

Desta forma, deixo aqui um pequeno exercício (que faz parte de nosso curso de Capacitação de Administradores de Dados) cuja solução e comentários estará disponível no próximo artigo (final do mês de outubro).  Se o amigo leitor desejar sanar alguma dúvida sobre o enunciado, eu funcionarei como um usuário. Basta enviar sua dúvida para caldo@expertise.com.br  destacando no assunto SQL MAGAZINE – EX1.

 

Um grande abraço do amigo,

 

Carlos CALDO

 

 

Boa sorte com o exercício!!!

 

Exercício – A empresa de TI(direitos reservados)

 

A empresa em foco, atua no segmento de TI, e  é dividida em várias Diretorias e que por sua vez possui vários departamentos que por sua vez possui várias sessões.

Cada Diretoria e departamento possuem um código, nome, data de criação,  e um funcionário responsável (Diretor / Gerente). Sessões também possuem um coordenador.

Os funcionários da empresa, para registro no RH,  estão sempre lotados em um Departamento e a cada funcionário estão associados um número de matricula funcional, nome, sexo, endereço, telefones (residencial, móvel, recado), dependentes (com seus respectivos dados), data de alocação no departamento e cargo. Existem dependentes que também são funcionários da empresa. Os funcionários são alocados em um ou mais projetos e a data de alocação em cada projeto deve ser mantida. Existem três categorias de projeto, a saber: Projetos de Software, Projetos de Consultoria e Projeto de Treinamento. Todo projeto é caracterizado por um código, nome, horas previstas e horas gastas. Projetos são compostos por atividades pré-definidas, sendo que cada uma delas possui seu código e descrição. Projetos de treinamento possuem a informação se o treinamento será aberto (realizado para várias empresas) ou fechado (somente para uma empresa). Todo projeto de treinamento é composto por cursos específicos que possuem seu código, descrição, carga horária, entre outras informações;  os instrutores são funcionários da própria empresa e somente um instrutor é designado para determinado curso. Projetos de Software possuem a informação se se utilizou a metodologia estruturada ou orientada a Objetos. As horas gastas são aquelas lançadas pelos funcionários  nas atividades de um determinado projeto. Funcionários independentemente do cargo que ocupam podem exercer várias funções na Empresa e os mesmos podem falar vários idiomas.

 

 

O modelo de dados dever permitir conhecer:

 

         A estrutura organizacional da Empresa;

         Os responsáveis por Diretorias e Departamentos e Sessões;

         Os projetos de software existentes e sua composição (atividades);

         Os projetos de consultoria e sua composição (atividades);

         Os projetos de treinamento e sua composição (atividades e cursos);

         As atividades existentes;

         As funções existentes;

         Que funcionários estão alocados em que projetos;

         Que Dependentes também são funcionários;

         As horas gastas por determinado funcionário;

         Os idiomas que os funcionários falam e as funções que executam;

         Total de horas gastas em um projeto.