Por que eu devo ler este artigo: Artigo do tipo Teórico
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Conteúdo sobre Agilidade.

Desvendando os mitos ágeis
O uso de processos ágeis de desenvolvimento de software pode melhorar muito não só a produtividade, como também a motivação da equipe. Neste artigo, a análise da forma como equipes ágeis planejam e estimam nos ajuda a entender como alguns paradigmas antigos ainda populam nossos projetos. O objetivo dessa análise é evitar que mitos atrapalhem a adoção de processos ágeis. Neste artigo iremos analisar especificamente como estimamos e planejamos nossos projetos.

Em que situação o tema útil
Neste artigo iremos discutir de forma pragmática algumas visões erradas sobre processos e práticas ágeis, suas origens, consequências e como evitá-las. Iremos, em particular, aprofundar a análise das estimativas e do planejamento ágil.

O artigo mostra como evitar algumas armadilhas que a implantação de processos ágeis traz. Isso pode servir de argumento para iniciar uma implantação de processos ágeis ou para recuperar uma implantação que esteja enfrentando dificuldades.

Neste artigo daremos continuidade a uma análise detalhada de algumas concepções erradas que existem sobre processos e métodos ágeis (fizemos uma primeira discussão sobre o assunto na edição 54 da Engenharia de Software Magazine). O objetivo dessa análise é, através do entendimento das origens dessas ideias erradas, traçar uma forma de evitar que esses mitos atrapalhem a adoção de processos ágeis. Neste artigo iremos analisar especificamente como estimamos e planejamos nossos projetos.

Um dos mitos que mais atrapalha a adoção de processos ágeis, principalmente em empresas de médio ou grande porte, é a ideia de que o planejamento e as estimativas dos projetos ágeis são inexistentes, imprecisos ou simplesmente inúteis. Isso se adiciona a uma fama de rebeldia e contracultura que alguns agilistas gostam de espalhar para dificultar ainda mais o convencimento dos executivos responsáveis por essas empresas. Esses executivos possuem necessidades de governança que, para um “evangelista” de processos ágeis, podem parecer exageradas ou sem sentido. É preciso então analisar a raiz dessas necessidades de governança e separar o que é realmente necessário e o que foi sendo agregado ao longo do tempo. Muito dessa governança realmente não é necessária, pois são requisitos que foram sendo incorporados aos padrões e à cultura da empresa para suprir carências pontuais e que talvez não façam mais sentido. Depois de se voltar às origens das necessidades de governança é possível elaborar uma maneira ágil e enxuta de atendê-las.

Uma das principais raízes do mito do planejamento ágil é a forma rasa com que muitas pessoas têm contato com as técnicas de planejamento e estimativas ágeis. Talvez por estarmos inseridos em ambientes com cultura de comando e controle, seja difícil imaginarmos que é possível acompanhar um projeto sem um cronograma que tente prever todas as atividades que acontecerão nos próximos seis ou doze meses. É preciso dar um passo para trás, reavaliar os conceitos que temos como óbvios e auto mantidos, analisar sua origem e perceber se eles se aplicam nos contextos em que estamos inseridos.

Mito: Ágil não planeja

Talvez esse seja o mito que mais afeta as implantações de processos ágeis: o mito de que processos ágeis ignoram qualquer forma de planejamento. Mais do que isso, parece existir uma incompatibilidade entre processos ágeis e planejamento. Deste modo, quanto mais de um houver num determinado contexto, menos do outro poderá haver. Essa é uma visão tão difundida que parece até óbvia demais para contestar.

Esse também é um dos mitos que mais impede a implantação de práticas ágeis em empresas de médio e grande porte. Enquanto os controles de processo podem ser menos rígidos em empresas de pequeno porte, em empresas de médio e grande porte eles precisam ser mais rígidos. Independente do motivo para que esses controles sejam mais rígidos (prestação de contas com os acionistas, exigências legais e setoriais, auditorias externas, etc.), os métodos ágeis sempre parecem ir na direção contrária dessas exigências de governança corporativa, principalmente no tocante a planejamento. Essa visão equivocada afasta logo de cara os executivos que deveriam patrocinar a implantação de métodos ágeis. Sem apoio do executivo, a maioria das iniciativas de implantação de métodos ágeis definha com o tempo ou nem chega a começar.

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