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A Vida o Universo e Tudo Mais

Java no Desktop

Parte 1: Interfaces, usuários e alternativas

Nos últimos anos, passamos por um movimento de "webelizar" tudo. Com a explosão da web, muitos esqueceram (ou nunca perceberam) que a internet é muito mais que o browser; empresas e desenvolvedores no mundo todo resolveram que agora a única forma de interação com o usuário era a interface "web". Maravilhosa, vitaminada, vencedora? Sim, definitivamente, mas somente para alguns tipos de interfaces.

Como usuários, entretanto, sabemos que esse modelo de interação é limitado. Usamos editores de texto e planilhas, clientes de e-mail, aplicativos de mensagens instantâneas e de compartilhamento de música; como desenvolvedores, usamos IDEs, ferramentas de modelagem e editores sofisticados. Nada disso tem a ver com o browser, apesar de cada vez mais ter ligações com a internet, chegando ao extremo das aplicações peer-to-peer, que nem sequer funcionam sem a rede.

Mas como desenvolvedores, gerentes de projetos, analistas ou consultores, muitas vezes falhamos em perceber que a interface web é limitada. Falhamos em mostrar – para nossos clientes, gerentes, analistas de negócio e equipes de marketing – que existe vida fora da web, e que ela é muito mais interessante. Estamos definitivamente forçando a barra ao tentar colocar todas as nossas aplicações dentro da "interface web". E por não sermos eficazes em entender e comunicar essas limitações, nos vemos, projeto atrás de projeto, obrigados a fazer malabarismos para colocar na interface web as funcionalidades que nossos usuários exigem.

 

Somos, projeto atrás de projeto, obrigados a fazer malabarismos para colocar na interface web as funcionalidades que nossos usuários exigem

 

Por isso, precisamos entender o que é a interface web e o que mais existe fora dela, para ajudar aos gerentes de tecnologia, gestores, equipes de marketing, presidentes e diretores a entender como fornecer a interface que nossos usuários exigem. E qual interface eles exigem? Usuários diferentes exigem interfaces diferentes; é importante, antes de tudo, entender quais usuários estamos procurando atender e focar nossos esforços da melhor forma possível.

E como desenvolvedores Java, precisamos entender como a tecnologia pode ser utilizada nesse contexto de maneira eficaz, de que forma pode nos ajudar a escrever ou interagir com aplicações locais, e como podemos fornecer ao usuário a melhor experiência possível ao acessar nossos serviços.

O assunto é extenso, e de forma alguma conseguiremos exauri-lo, mas faremos uma tentativa de cobrir ao menos os pontos principais. Vamos então discutir esse importante assunto em duas partes. Nesta primeira parte, veremos o que são as interfaces web e a importância de interfaces locais, os tipos de usuários de nossas aplicações e algumas alternativas de tecnologias para o desenvolvimento de interfaces no desktop.

Interfaces web dominam o mundo...

A invasão das chamadas "interfaces web" começou com a explosão da web em 1992. Alguns se maravilharam com o conceito, outros ficaram profundamente incomodados, e a maioria simplesmente aceitou.

"Interface web" é uma definição que aceita muita coisa. Alguns se satisfazem com a similaridade com o browser, com a opção de navegar para frente e para trás por uma série de páginas. Existiu até uma IDE Java (o Java Workshop da Sun), que era baseada nesse conceito, e muitas aplicações herdaram o botão "back" como forma de "webelizar" suas interfaces. Outras definições são menos exigentes – aceitam como "interface web" tudo que de alguma forma roda dentro do browser. E como hoje o browser é um veículo que aceita a instalação de plugins, acabamos por deixar o conceito genérico demais. Teve até quem viu o browser como o "novo desktop". Como sempre, são exageros normais gerados pelo entusiasmo com uma nova tecnologia.

Extremos à parte, se insistirmos em tirar uma definição, acabamos sempre na idéia geral de que interface web é um conjunto de páginas HTML. E que JavaScript, applets Java, stylesheets, animações Flash e documentos PDF são mais ou menos aceitos como componentes de uma página. Qualquer coisa muito fora disso acaba por descaracterizar a "interface web".

Tipos de interfaces

Quase sempre, a interface web é defendida devido à centralização que traz, evitando em particular a instalação de aplicações. Parece que tudo cai na mesma ladainha: se é necessário instalar alguma coisa, não é mais “interface web" porque não depende "somente" do browser... Parece o seu cliente ou o gerente do seu projeto? Não se preocupe, você não está sozinho. ...

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