Apesar dos sistemas de código aberto se mostrarem desafiadores para muitos desenvolvedores, uma parcela considerável de usuários ainda resiste em adotar um software que não pertence a ninguém. Preocupada com a questão da credibilidade e continuidade de desenvolvimento do PostgreSQL, um banco de dados relacional que permite ao desenvolvedor a criação de operações totalmente personalizadas, a dbExperts resolveu fazer a ligação do mundo virtual com o real.

De acordo com Roberto Stern, diretor da softhouse brasileira, a necessidade de um contato físico com o produto ainda faz parte do processo de fidelização do cliente. “O consumidor quer tocar o produto e ter a certeza de que no dia seguinte não vai sumir da internet. Apesar de trabalharmos com o mundo virtual, vivemos no mundo real e é ele que fala mais alto.”, esclarece. Segundo o executivo, a estratégia da empresa está apresentando resultados. Desde seu lançamento em março do ano passado, foram vendidas 1.350 cópias do PostgreSQL. Só este ano, 900 cópias foram comercializadas e a expectativa para 2003 é de que 1.500 licenças sejam contratadas.

Para justificar o preço de R$ 485 praticado para um sistema originalmente open source, a dbExperts fez algumas alterações no PostgreSQL agregando valor ao banco de dados. Introduziu um instalador para Linux e uma versão única para Windows e Mac OS X. O pacote de distribuição da versão dbExperts PostgreSQL Professional inclui ainda toda documentação em português, 30 dias de acesso a suporte local e um cartão-resposta que dá direito a um incidente de suporte de desenvolvimento. “Tivemos cuidado com o usuário. Criamos um canal de distribuição e desenvolvemos o design da embalagem”, acrescenta Stern.

A escolha do PostgreSQL pela dbExperts foi criteriosa. A empresa brasileira, há mais de 12 anos no mercado de desenvolvimento de banco de dados, viu no aplicativo um meio seguro de conquistar mercado. “O banco é robusto, rápido e era pouco conhecido até iniciarmos nossa distribuição, o que nos garantia uma boa margem comercial”. A empresa está preparando uma nova versão, com lançamento previsto para janeiro do próximo ano e promete muitas novidades. Entre as implementações está a replicação das instalações centralizadas, agenda, ferramentas de CRM e gerenciador de projetos.

A estratégia original da dbExperts em alcançar pequenas e médias empresas está mudando um pouco de foco. Hoje, o mercado corporativo é um dos alvos de venda. A mais recente aquisição do pacote foi feita pela Vésper. A empresa de telefonia fixa, com presença em 80 municípios brasileiros, adotou o PostgreSQL para algumas aplicações. Para José Luis Dadario, Diretor de Projetos Especiais de TI, o PostGre substitui com vantagens outros bancos de dados similares. “Resolvemos adotar o PostgreSQL pela redução de custo, pois vimos que em algumas aplicações não haveria necessidade de continuarmos com bancos shareware”. A empresa iniciou a migração dos dados em abril e pretende concluir o processo até o final do ano.

A versão brasileira do PostgreSQL opera em múltiplas plataformas, incluindo Windows 95/98/ME/NT e 2000, Linux e FreeBSD. Com características adequadas ao padrão ACID (Atomicidade, Consistência, Isolamento e Durabilidade) de bancos de dados, pode ser utilizado tanto em redes ponto-a-ponto, cliente/servidor ou em ambientes monousuários. O licenciamento é por servidor, suportando inúmeros usuários simultâneos sem custo adicional. Para os ambientes Linux e FreeBSD, a licença da dbExperts permite que o software seja livremente utilizado e distribuído. O mesmo CD pode ser reinstalado um número ilimitado de vezes em qualquer servidor. Já a licença para os sistemas operacionais Windows e Mac OS X é limitada por servidor, de acordo com a quantidade de licenças adquiridas. Se o cliente possuir dois servidores vai precisar de duas licenças separadas. Não há limite para o número de estações de trabalho locais ou usuários de Internet que acessem o servidor simultaneamente.

O dbExperts PostgreSQL Professional 7.2 é um sistema de gerenciamento de banco de dados relacional (SGBDR) avançado que possui extensões objeto-relacionais e características de banco de dados orientado a objetos (OODB). Fornecido com o código fonte para as versões Linux e FreeBSD, permite ao desenvolvedor criar e adicionar novas funções, adequando totalmente a operação do banco de dados às suas necessidades específicas.

O PostGreSQL é um banco de dados com uma gama considerável de recursos, incluindo o suporte a transações, stored procedures e triggers, internacionalização e diversos recursos de segurança.

Overview

O PostgreSQL surgiu em 1977, na Califórnia, EUA, como um projeto acadêmico para a criação de um sistema 100% Unix. Batizado inicialmente como Ingres, o SGBDR deu origem à Relational Technologies, empresa que melhorou o código original, sendo posteriormente adquirida pela Computer Associates.

Enquanto isso, na Universidade de Berkley, uma equipe de universitários passou a desenvolver um servidor de banco de dados objeto-relacional que foi nomeado de Posgres (“pós” Ingres). Em 1986, a empresa Illustra Corporation lançou a versão comercial do produto. Comprado pela Informix, o banco foi integrado ao Informix Universal Server.

Em 1995, dois estudantes de graduação de Berkeley incrementaram o projeto, adicionando a linguagem SQL, resultando no Postgres95. A partir de 1996, o banco ganhou o nome definitivo de PostgreSQL.

Comparativos entre SGBDR

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Principais Características do PostgreSQL

  • Transações – Suporte a múltiplas transações online concorrentes entre usuários. Comandos
  • COMMIT e ROLLBACK totalmente suportados.
  • Backup Online – Realiza cópia de segurança de um ou todos os bancos de dados sem a necessidade de desconectar os usuários, mesmo com transações simultâneas ativas.
  • Triggers – Perfeitamente suportados.
  • Segurança de acesso – Respeita definição de grupos e perfis e ainda oferece a opção de limitação por HOST que poderá acessar o banco.
  • Stored Procedures – São perfeitamente aceitos.
  • Objeto-relacional – Permite ao PostgreSQL herdar tipos de dados, tabelas e bancos de dados inteiros.
  • Tipos de dados definidos pelo usuário – Além dos tipos de dados convencionais, o usuário pode criar um tipo de dados customizado que atenda às suas necessidades.
  • Funções definidas pelo usuário – Além das funções já disponíveis no PostgreSQL, o usuário pode criar funções nas linguagens internas (PL/pgSQL, PL/Tcl e PL/Perl) ou em C através de módulos carregáveis .so e .dll.
  • Integridade de dados – As transações são escritas em um log além de serem registradas nos arquivos de dados, permitindo que o sistema aplique um rollback/rollforward no caso de um encerramento anormal do servidor.