De que se trata o artigo:

Neste artigo conheceremos os processos de Coaching e Facilitação, que podem ser aplicados a indivíduos e a equipes de desenvolvimento, com o objetivo de aprimorar o desempenho destas pessoas durante todo o projeto de software.


Para que serve:

Melhor do que dizer o que deve ser feito é orientar uma pessoa ou equipe a tomar as decisões corretas e a trilhar o melhor caminho em busca de um objetivo, uma meta. Coaching e Facilitação foca exatamente nesta questão, podendo ser aplicados em todos os participantes do projeto, independentemente da função em que atua.


Em que situação o tema é útil:

O tema é útil para todos aqueles que primam sempre pela evolução dos seus trabalhos. Para isso, conhecer técnicas que orientam, estimulam e facilitam a caminhada rumo a esta meta, é de grande importância. O resultado deste processo é a evolução da forma de trabalho e consequentemente a qualidade do mesmo.

Coaching e Facilitação de Times Ágeis:

Abordaremos nesta matéria as técnicas de Coaching e Facilitação de equipes ágeis. Visando esse aprendizado, apresentaremos os papéis no processo de Coaching, o que não é Coaching, técnicas de Facilitação, a importância da auto-organização e disciplina, entre outros tópicos relacionados ao tema.

Coaching é um assunto relativamente vasto e seriam necessários vários livros para abordá-lo de maneira completa, contudo o objetivo desse artigo é fornecer uma visão introdutória, porém suficientemente abrangente sobre a aplicação do processo de Coaching em equipes e líderes da área de desenvolvimento de software.

O processo de Coaching, que originalmente fora desenvolvido em contextos esportivos, passou a ser adotado há muitos anos no mundo organizacional de diferentes formas, mantendo sempre uma ideia constante: ajudar indivíduos a melhorar sua performance para alcançar ou superar suas metas pessoais ou profissionais.

Nesse texto, abordaremos os alicerces e a natureza do Coaching, bem como seus principais conceitos e técnicas. Abordaremos também como o processo de Coaching pode ajudar na adoção e liderança de uma equipe ágil de desenvolvimento de software.

Entendendo o Coaching

Cada indivíduo que integra alguma equipe já viveu ou está vivendo uma situação de caminhada rumo ao alcance de resultados. Esses resultados são normalmente chamados de metas.

O processo para chegar a um resultado não é tão simples assim, pois comumente ocorrem diferentes tipos de obstáculo no meio do caminho que dificultam que o mesmo seja percorrido por um indivíduo ou por uma equipe inteira.

Nessa complexa relação caminho/meta entra o processo de Coaching, que tem como principal objetivo ajudar um indivíduo (ou um time) a percorrer o seu caminho rumo a uma meta e, principalmente, a remover possíveis obstáculos durante a caminhada.

Para Timothy Gallwey, autor do Livro The Inner Game of the Tennis, “Coaching é uma relação de parceria que revela/liberta o potencial das pessoas de forma a maximizar o desempenho delas. É ajudá-las a aprender ao invés de ensinar algo a elas...”.

Essa facilitação da autodescoberta para um indivíduo é o cerne das atividades de uma figura muito comum, chamada Coach. O Coach muitas vezes é lembrado como um técnico ou treinador de alguma equipe. Apesar disso, normalmente as pessoas desconhecem o real significado de ser um Coach para um time ou para um indivíduo.

Portanto, nesse ponto do texto é crucial entendermos que a etimologia da palavra Coach é: “Veículo (meio) para o transporte de pessoas”, ou seja, por natureza, um Coach é o meio que facilita as pessoas a alcançarem suas metas.

Papéis no processo de Coaching

Até aqui, mostramos que Coaching é um processo que envolve descobertas, aprendizados e desenvolvimento, para se atingir determinado resultado. É interessante entendermos que esse processo de aprendizado e desenvolvimento acontece tipicamente entre dois papéis: o Coachee e o Coach.

O Coachee é o indivíduo responsável por uma determinada meta e, para trilhar seu caminho, recebe a ajuda do Coach para chegar ao resultado almejado. É importante ressaltar que é possível também que uma equipe inteira atue como Coachee num processo de Coaching.

O outro papel é o Coach, que é o profissional que fornece o processo de Coaching. É comum que esse papel seja desempenhado por um profissional externo a equipe, o que ajuda a criar uma visão externa dos comportamentos e resultados.

No contexto da gestão de projetos, o papel de Coachee (cliente) pode ser desempenhado por um líder, ScrumMaster ou gerente de uma equipe. Esse Coaching para líderes ou gerentes de equipes é muito comum e bastante assertivo, pois permite ao Coach não ser invasivo na cultura do time, além de ajudar o líder ou gerente a ver por outro ângulo o seu desempenho, o que mudar, para que mudar e como causar a mudança.

No contexto das metodologias ágeis, o processo de Coaching também atua fortemente como uma competência chave para o papel do ScrumMaster em um projeto gerenciado pela metodologia Scrum. Assim como foi explicado no artigo “O diferencial Scrum” da Edição 73, “O ScrumMaster é um facilitador para o time”.

O que não é Coaching

No mercado mundial, frequentemente há muitos enganos sobre o que é o processo de Coaching e principalmente como o Coach atua nesse processo. Para alinharmos melhor o entendimento sobre o assunto, vamos listar rapidamente alguns conceitos sobre o que NÃO é Coaching:

  • Não é consultoria – O Coach não dá as respostas, ele ajuda o Coachee a descobrir suas próprias respostas;
  • Não é aconselhamento – Igualmente ao item anterior, o Coach não dá conselhos nem soluções prontas;
  • Não é treinamento – O Coach não ensina o Coachee sobre as técnicas e ferramentas para percorrer um caminho. Esse é um ponto bem interessante porque um Coach não precisa ser alguém mais capacitado do que o Coachee;
  • Não é mentoring – Tipicamente um mentor ensina tudo o que sabe sobre um determinado assunto. Dessa forma, o limite de aprendizado do Coachee está naquilo que o seu mentor conhece. Nesse aspecto, é importante reforçar que o processo de Coaching pode ajudar um Coachee a ter sucesso num assunto que está além dos conhecimentos e habilidades do próprio Coach. Um exemplo típico desse conceito é: um Coach não precisa ser um especialista em tênis para ajudar um tenista a ser campeão;
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