Chato II - O Retorno
30/04/2004
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Por Lula Vieira
Não me lembro direito, mas li numa revista, acho que na Carta
Capital, um artigo levantando a hipótese de que todo o cara que tem mania de fazer aspas com os dedinhos quando faz uma ironia é um chato.
Num outro artigo alguém escreveu que achava que jamais tinha
conhecido um restaurante de boa comida com garçons vestidos de coletinho vermelho.
Joaquim Ferreira dos Santos, em ´O Globo´ de domingo, fala do seu
profundo preconceito com quem usa a expressão ´agregar valor´.
Eu posso jurar que toda mulher que anda permanentemente com uma
garrafinha de água e fica mamando de segundo em segundo é uma chata.
São preconceitos, eu sei. Mas cada vez mais a vida está confirmando
estas conclusões.
Um outro amigo meu jura que um dos maiores indícios de babaquice é
usar o paletó nos ombros, sem os braços nas mangas. Por incrível que
pareça, não consegui desmentir. Pode ser coincidência, mas até agora todo cara que eu me lembro de ter visto usando o paletó colocado sobre os ombros é muito babaca.
Já que estamos nessa onda, me responda uma coisa: você conhece
algum natureba radical que tenha conversa agradável? O sujeito ou
sujeita que adora uma granola, só come coisas orgânicas, faz cara de nojo à simples menção da palavra ´carne´, fica falando o tempo todo em vida saudável é seu ideal como companhia numa madrugada? Sei lá, não sei. Não consigo me lembrar de ninguém assim que tenha me despertado muita paixão.
Eu ando detestando certos vícios de linguagem, do tipo ´chegar
junto´, ´superar limites´, essas bobagens que lembram papo de concorrente a big brother.
Mais uma vez repito: acho puro preconceito, idiossincrasia, mas
essa rotulagem imediata é uma mania que a gente vai adquirindo pela vida e que pode explicar algumas antipatias gratuitas. Tem gente que a gente não gosta logo de saída, sem saber direito por quê. Vai ver que transmite algum sintoma de chatice. Tom de voz de operador de telemarketing lendo o script na tela do computador e repetindo a cada cinco palavras a expressão ´senhoooorrr´ me irrita profundamente.
Se algum dia eu matar alguém, existe imensa possibilidade de ser
um flanelinha. Não posso ver um deles que o sangue sobe à cabeça. Deus que me perdoe, me livre e me guarde, mas tenho raiva menor do assaltante do que do cara que fica na frente do meu carro fazendo gestos desesperados tentando me ajudar em alguma manobra, como se tivesse comprado a rua e tivesse todo o direito de me cobrar pela vaga
Sei que estou ficando velho e ranzinza, mas o que se há de fazer?
Não suporto especialista em motivação de pessoal que obrigue as
pessoas a pagarem o mico de ficar segurando na mão do vizinho, com os olhos fechados e tentando receber ´energia positiva´. Aliás, tenho convicção de que empresa que paga bons salários e tem uma boa e honesta política de pessoal não precisa contratar palestras de motivação para seus empregados.
Eles se motivam com a grana no fim do mês e com a satisfação de
trabalhar numa boa empresa. Que me perdoem todos os palestrantes que estão ficando ricos percorrendo o país, mas eu acho que esse negócio de trocar fluidos me lembra orgia.
E para terminar: existe qualquer esperança de encontrar vida inteligente
numa criatura que se despede mandando ´um beijo no coração´?
Paulo_amorim
Posts
30/04/2004
Paulo Trajano
Hehe, esse cara é bom, concordo plenamente. Sou igual a guarda-chuva de português: ´To contigo e num abro!!´ (que me perdoe o José Bacalhau :lol: )
:lol: :lol:
01/05/2004
Book
Com certeza naum existe coisa mais chata no mundo mesmo...e quando vc faz uma pergunta realmente cabeluda e o(a) sujeito(a) fala o seguinte: ´Aguarde um momento senhoooooooorrrr...por favor...´ acho que nesse momento eles estão trocando o script na tela...hehehehe :lol: :lol: :lol:
01/05/2004
Repa
03/05/2004
Nildo
Alguns de meus professores peguaram uma mania de ficar falando ´É OU NÃO É?´ e é claro, atribuindo à TODAS as frases. O principal responsável disso é meu professor de química. Segue abaixo um exemplo típoco do jeito dele de falar:
As palavras em negrito são faladas 99¬ das frases por ele, e elas são faladas num tom mais rápido, dando mais raiva ainda
Professor: ´[b:e05beed395]Pessoal[/b:e05beed395], essa parede [b:e05beed395]é[/b:e05beed395] branca [b:e05beed395]ou não é?[b]
Alunos: [Todos ficam em silencio pois sempre que a pergunta tem ´É OU NAO É?´, a resposta é ´SIM´ 100¬ das vezes, e o professor deveria saber disso]
Professor: ´[b]Vamo[/b:e05beed395], [b:e05beed395]é[/b:e05beed395] branca [b:e05beed395]ou não é?[b]? [b]Tô falando com o teto?[/b:e05beed395]
Alunos: ´Éééééééé´
E assim vai 100¬ da aula ele explicando os trecos e fazendo sempre este tipo de pergunta. Eu prometo, vou fazer uma relação de Quantas vezes ele fala isso em uma aula de 45 minutos e eu anoto o resultado aqui para vocês.
04/05/2004
Nildo
Em duas aulas de 45 minutos cada.
É ou não é: 214 vezes
Vamos lá: 187 vezes
Pois é, eu realmente fiquei contando....
04/05/2004
Paulo_amorim
:shock: :shock: Que saco en!!!
Meu prof. de matemática tem mania de falar ´psiu´ (como se estivesse chamando alguem) ...soh que ele fala isso mesmo se NINGUEM tiver falando...soh de cacuete mesmo...na 30ª vez vc começa a ficar nervoso já...hehe
Não, me recuso a contar quantas vezes!!!!!
Da ultima vez que a gente tentou, paramos na primeira meia hora de aula...ele tinha falado um ´Psiu´ a cada 20 segundos, segundo as contagens........ :?
04/05/2004
Nildo
04/05/2004
Lucas Silva
Eu nunca parei pra pensar nisto, mais os poucos que eu conheço são chatos pacas....
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