De que se trata o artigo:

Este artigo é uma introdução à Lean, uma metodologia que tem o objetivo de aumentar a qualidade e eliminar desperdícios, e vem sendo amplamente utilizada em organizações dos mais diversos setores nos últimos anos. Neste trabalho, exploraremos sua aplicação a software através de Lean Software Development.


Para que serve:

Eliminar desperdícios é sem dúvida um grande avanço rumo à redução de custos, aumento da velocidade e melhoria da qualidade, características que toda organização deve buscar constantemente visando oferecer produtos melhores, mais competitivos e que agreguem maior valor a seus clientes.


Em que situação o tema é útil:

A aplicação de Lean Software Development pode ajudar equipes de desenvolvimento de software a atingirem maior nível de maturidade em termos de qualidade e velocidade, entendendo e estudando seu processo atual, e trabalhando constantemente na identificação e eliminação de desperdícios. O pensamento Lean vai além, e oferece também ferramentas para que a equipe crie um ambiente de trabalho mais produtivo, onde as pessoas se respeitem e vejam a melhoria contínua como parte fundamental de seu processo.

Lean Software Development:

Lean é uma metodologia originalmente desenvolvida pela Toyota para guiar processos industriais de linha de montagem, atuando fortemente na eliminação de desperdícios, aumento da velocidade de processos e excelência em qualidade. Lean Software Development trás os conceitos de Lean para o universo do desenvolvimento de software, para que através da aplicação dos mesmos princípios seja possível eliminar desperdícios e alcançar melhores resultados.

Lean é uma metodologia que foi originalmente desenvolvida pela Toyota para guiar processos industriais de linha de montagem. Ela foca na eliminação de desperdícios, aumento da velocidade de processos e na excelência em qualidade. Implementar Lean permite que uma organização diminua seus estoques, maximize o uso de trabalhadores generalistas (ou seja, que possuem muitas habilidades) e produza de acordo com a demanda. Lean também é conhecido como TPS, Toyota Production System ou Sistema de Produção Toyota.

O objetivo de um sistema de produção Lean é “ter as coisas certas no lugar certo na hora certa, desde a primeira vez, enquanto elimina-se o desperdício estando sempre aberto a mudanças”. Lean oferece um conjunto de princípios que podem ser utilizados por organizações para adaptar ferramentas, técnicas e métodos a seus contextos e capacidades específicas.

Desde os anos 80 muitas organizações vêm adotando técnicas Lean, principalmente na América do Norte e na Europa. A Dell, Boeing e Southwest Airlines são exemplos de grande sucesso.

O termo Lean Software Development teve sua origem em 2003 na publicação de um livro de mesmo nome escrito por Tom e Mary Poppendieck. Neste trabalho os autores apresentam como aplicar princípios de Lean ao desenvolvimento de software. Mas seria Lean uma nova metodologia, ou apenas mais um método ágil?

Segundo Jeff Sutherland, criador do método ágil Scrum, todos os métodos ágeis são aplicações do pensamento Lean para software. Entretanto, Lean vai além do desenvolvimento ágil, oferecendo uma perspectiva mais abrangente que permite resultados ainda melhores. Kent Beck, criador do método ágil XP, afirma que muitas das preocupações das fábricas também são comuns ao desenvolvimento de software, por exemplo: lidar com incertezas e mudanças, melhorar processos continuamente e entregar produtos que agreguem valor aos clientes.

Um processo de desenvolvimento de produtos pode seguir duas escolas de pensamento, a determinística ou a empírica. A determinística implica em criar um conceito completo de como o produto deve ser e então realizar tudo como foi determinado. Por outro lado, a empírica implica em construir um conceito de produto de alto nível e então realizar entregas frequentes, através de iterações com constante feedback, que permitem que ajustes sejam feitos em prol da evolução do produto, até que se alcance o resultado esperado.

Assim como os métodos ágeis, a Toyota utiliza a abordagem empírica. Poppendieck cita o exemplo do carro Prius, o qual na concepção não constava que deveria ser híbrido, mas apenas que deveria ter uma economia de 20 km por litro de combustível. Somente durante o desenvolvimento do carro, os engenheiros decidiram que a melhor forma de alcançar esta meta seria criando um motor híbrido (combinação de gasolina e propulsão elétrica). Como ilustra o exemplo, o modelo empírico, por ser pouco prescritivo é altamente adaptativo, e permite que as decisões importantes sejam tomadas no momento certo, resultando em produtos mais aderentes às reais necessidades do cliente.

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