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Do que trata o artigo

Esse artigo apresenta os Diagramas de Temporização, que integram o grupo de diagramas da UML destinados a modelar comportamento. Apresenta também os Diagramas de Artefatos, Diagramas de Componentes e Diagramas de Implantação, destinados à documentação nas atividades de projeto de desenvolvimento de sistemas.

Para que serve

A mesma visão dos artigos anteriores se aplica aqui. Apresentar a notação de forma clara e objetiva, procurando destacar principalmente os elementos mais úteis nas situações reais de modelagem. Procura-se uma maneira prática de aplicação dos recursos, sem grandes ônus para os cronogramas de projeto. Documentação desenvolvida de modo draft, no início do projeto, pode ser detalhada ao longo dele, paralelamente às atividades de implementação e testes.

Em que situação o tema é útil

Sistemas com estados tempo-dependentes de forma contínua podem valer-se dos Diagramas de Temporização para especificação das transições permitas e das restrições de tempo associadas a essas transições. Já sistemas com topologia não trivial e/ou extensa, necessitam modelagem através dos Diagramas de Implantação. Sistemas desenvolvidos com orientação a componentes são cada vez mais comuns e enfatizam a desejada capacidade de reuso, onde Diagramas de Componentes serão úteis em sistemas de porte médio a grande.

A literatura técnica, hoje vasta e diferenciada, costuma ser unânime em classificar os diagramas da UML (Unified Modeling Language) em dois grandes grupos: Diagramas Estruturais e Diagramas Comportamentais. Não há nada de errado com essa classificação, mas existe uma outra, com mais sub-níveis, que traduz de forma mais completa a natureza de cada diagrama, assim como tipifica mais acuradamente as abstrações capturadas por cada um deles. Então, classifica os treze diagramas da UML em quatro categorias:

• Modelagem Estrutural: Diagramas de Casos de Uso, Diagramas de Classes, Diagramas de Objetos, Diagramas de Pacotes e Diagramas de Estrutura Composta.

• Modelagem de Interações: Diagramas de Sequência, Diagramas de Comunicação e Diagramas de Visão Geral da Interação.

• Modelagem Comportamental: Diagramas de Transição de Estados, Diagramas de Atividades e Diagramas de Temporização.

• Modelagem da Implantação: Diagramas de Artefatos, pouco discutidos na literatura técnica mas úteis em sistemas de topologia não trivial, Diagramas de Componentes e Diagramas de Implantação.

Nos dois últimos artigos dessa série foram abordados os Diagramas de Transição de Estados e os Diagramas de Atividades. O Diagrama de Temporização completa o grupo de Modelagem Comportamental. Para encerrar essa série de artigos, são apresentados também os três diagramas de modelagem da implantação, fase final da execução de um projeto de desenvolvimento de sistemas de informação.

Restrições Temporais Discretas e Restrições Temporais Contínuas

Sistemas com estados ou processos tempo-dependentes podem ser classificados em duas categorias bem distintas. Num primeiro grupo, situam-se os sistemas onde os intervalos de tempo (time units) associados às transições entre estados são percebidos de forma discreta. Isto significa que os intervalos de tempo têm durações uniformes e pré-fixadas, não admitindo variações. Como exemplo, no fluxo de controle de uma máquina de lavar moderna, o tempo em que ela estará operando no estado ‘lavando’ é sempre igual, ou seja, tem um valor fixo finito e pré-fixado, não admitindo variações entre diferentes sessões de execução. Em termos objetivos, a máquina estará operando em estado ‘lavando’ por 5 minutos, por exemplo. Tais restrições de tempo, presentes nos cada vez mais comuns sistemas embarcados, podem ser modeladas pela rica sintaxe dos Diagramas de Transição de Estados e pelos Diagramas de Atividades, como foi demonstrado nos dois artigos anteriores.

Um segundo grupo, reúne sistemas onde as transições entre estados de um objeto ou de um grupo de objetos se darão dentro de um intervalo de tempo não fixo, embora finito. Em termos práticos, o sistema espera por um evento externo ou interno que inicie uma transição dentro de um intervalo de tempo que possui um máximo. O evento deverá ocorrer entre 0 e 5 segundos, por exemplo. Se o intervalo de tempo se esgotar sem que o evento esperado ocorra, o sistema provocará um evento interno que inicia uma transição alternativa. Para modelar essa segunda categoria de sistemas, a UML disponibiliza o Diagrama de Temporização.

Diagramas de Temporização

Diagramas de Estados representam os estados possíveis de apenas um objeto e as transições permitidas entre eles. Diagramas de Atividades são um caso especial de Diagramas de Estados onde os estados são ações/atividades e podem representar a participação de diversos objetos. Diagramas de Temporização são, também, uma variação de diagramas de estados e de transições entre eles, mas onde tais transições estão associadas a restrições de tempo. Em última análise, representam estados e transições de um objeto ao longo de um período de tempo.

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