Utilizando Scrum em um projeto com sistemas heterogêneos e equipes distribuídas: Cresce rapidamente o interesse nos métodos ágeis dentro das corporações, seja para tentar otimizar o tempo de projeto e entrega do produto final, como também melhorar a interação das equipes quebrando paradigmas de métodos tradicionais. Este artigo descreve uma experiência de desenvolvimento de um projeto, envolvendo não só uma equipe com muitos profissionais alocados em lugares diferentes, mas também uma gama de sistemas completamente heterogêneos. Este artigo descreve uma experiência com a aplicação do método ágil Scrum em um projeto com equipes distribuídas e sistemas heterogêneos. Para tanto, foi necessário identificar os pontos do método que precisaram ser trabalhados de forma adaptada, caso contrário podiam comprometer sua aplicabilidade no desenvolvimento do projeto.


Em que situação o tema é útil:
É útil para entendermos como utilizar o Scrum na prática, identificando também pontos que talvez precisem ser adaptados na metodologia para possibilitar sua aplicação em projetos de desenvolvimento de software. Em particular, veremos como deu sua aplicação em um projeto com sistemas heterogêneos e equipes distribuídas.

Muitas são as preocupações em projetos de desenvolvimento de software: recursos (pessoas), planejamento, organização, gerenciamento e acompanhamento. Mas isso é só a ponta do iceberg. Existem outras dificuldades na implementação de um projeto, por exemplo: alocação de equipes em locais diferentes e sistemas heterogêneos. Quando isso ocorre, o gerenciamento, a interação, o acompanhamento, podem ficar comprometidos uma vez que outros cenários podem surgir dentro do mesmo contexto.

Este artigo tem por objetivo descrever uma experiência com a aplicação do método ágil Scrum em um projeto com equipes distribuídas e sistemas heterogêneos. Foi necessário identificar os pontos do método que precisaram ser trabalhados de forma adaptada, caso contrário, podiam comprometer sua aplicabilidade no desenvolvimento do projeto.

Serão apresentados os pontos fortes e fracos na aplicação do Scrum, lições aprendidas, como foram adaptados e resolvidos os pontos que não atendiam de forma integral a alguns cenários do projeto.

Scrum e Gerenciamento de Projetos

O termo Scrum, para a área de projetos, surgiu a partir de um artigo publicado no início de 1986 por Hirotaka Takeuchi e Ikujiro Nonaka com o seguinte título: The New new product development game. Neste artigo, seus autores descreveram uma abordagem holística, onde as equipes de projetos são compostas por grupos multifuncionais trabalhando rumo a um objetivo comum. Eles comparam esta formação a uma formação do Rugby (esporte coletivo originário da Inglaterra). Neste modelo, a equipe trabalha em constante interação do início ao fim do projeto. Takeuchi e Nonaka também fizeram várias entrevistas com diversos profissionais de organizações líderes de mercado e elencaram seis características comuns no gerenciamento de processos de desenvolvimento de novos produtos:

  1. Criação em instabilidade;
  2. Auto-organização de equipes de projeto;
  3. Fases de desenvolvimento de sobreposição;
  4. Multiconhecimento;
  5. Controle sutil;
  6. Transferência de aprendizagem organizacional.

Estas características são como peças de um quebra-cabeça. Cada uma delas por si só não traz a velocidade e flexibilidade desejada, mas a junção destas características produz um novo conjunto de dinâmicas que fazem a diferença no desenvolvimento de projeto.

Em 1993, Jeff Sutherland estava trabalhando na construção de uma ferramenta de Análise e Projeto Orientado a Objetos, quando percebeu que sua equipe precisaria aprimorar o método ágil que estavam utilizando. Ele queria um processo em que, ao final das iterações, fosse possível a apresentação de código funcional no lugar de gráficos em papel. Então, utilizaram pela primeira vez o método Scrum para equipes de desenvolvimento de software.

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