Quando Janio Quadros tentou seu “autogolpe” em 1961, o então deputado Tancredo Neves imortalizou o seguinte ditado popular mineiro “quando a esperteza é demais, ela vira bicho e engole o dono”. O desenvolvimento de software não está imune ao problema de “excesso de esperteza”. Eu diria até que o desenvolvimento de software é mais vulnerável a este problema do que a média das atividades humanas, por ocorrer essencialmente “no cyberespaço”, com menores vínculos com a realidade física do que outras atividades.

Veja uma situação: eu tenho um problema que pode ser resolvido pela criação de um novo software. Até aí tudo bem. Mas como o problema envolve outras áreas da empresa, começam a aparecer outros “interessados” apresentando “sugestões”. Como no desenvolvimento de software qualquer sugestão pode ser implementada “com apenas algumas linhas de código”, tudo parece fácil, especialmente se quem vai ter que criar as tais poucas linhas de código são os outros. O projeto então vai “evoluindo” até que fica irreconhecível e possivelmente nem fazendo mais direito a função original, sobrecarregado pelas “novas ideias”.

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