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Construa uma Aplicação 100% OO – Parte 2
Uma visão prática e realista do desenvolvimento de sistemas orientados a objetos
“Programar é divertido, mas desenvolver sistemas com qualidade é difícil”. Essa frase encabeçou a primeira parte desse artigo e está sendo repetida nessa segunda parte para nos lembrar sempre da enorme diferença entre “conversar com o usuário e sair programando” e realizar um trabalho técnico, especializado e de alta qualidade profissional.
Este artigo está dividido em partes, assim como o processo de desenvolvimento de sistemas, e tem o objetivo de apresentar na prática uma Metodologia de Desenvolvimento de Sistemas Orientados a Objeto (MDS-OO). Em vista disso, nas etapas de modelagem dos artefatos do projeto, será aplicada a linguagem UML (Unified Modeling Language) e no controle das atividades serão utilizadas técnicas de Gerência de Projetos. Por fim, vale ressaltar que os artefatos criados e a Metodologia de Desenvolvimento apresentada são baseados no Processo Unificado de Desenvolvimento de Software (Unified Software Development Process).
Nosso trabalho propõe o desenvolvimento de uma aplicação real e utilizável na maioria das empresas, um sistema para controle de equipamentos e recursos materiais que será desenvolvido em ASP.Net com VB.Net e banco de dados padrão SQL.
Na primeira parte do artigo, discutimos alguns conceitos fundamentais e criamos um projeto de desenvolvimento para a construção do sistema proposto. Iniciamos pelo planejamento do trabalho, a elaboração da declaração de escopo, a construção do plano de iterações e o cronograma do projeto.
Nessa segunda parte do artigo, utilizaremos o plano de iterações do projeto para selecionar a iteração que será priorizada. Além disso, a iteração escolhida servirá como prova de conceito das técnicas de modelagem. Veremos que para desenvolver um novo software, precisamos conhecer primeiro o processo de negócio que será automatizado, para garantir a aderência da ferramenta às necessidades da empresa.
Nas próximas partes do artigo, continuaremos em nossa navegação pelos meandros da engenharia de software, caminhando pelas fases de elaboração, construção e transição do projeto.
A Fase de Concepção do Produto – Entendimento do Negócio
O projeto de desenvolvimento do sistema de controle de recursos materiais (SCRM) está organizado em cinco iterações. A primeira iteração teve o objetivo de planejar e organizar a execução do projeto. O produto do sistema será progressivamente construído da segunda a quinta iteração, seguindo a ordem: Cadastro de Usuário, Cadastro de Recursos Materiais, Controle de Movimentação de Recursos Móveis e Reserva de Recursos.
A implantação de um novo software busca a automatização de um ou mais processos (ou partes de processos) manuais ou semi-manuais, que, normalmente, já são realizados na empresa e estão carentes de uma nova abordagem. O novo sistema será tão melhor assimilado quanto maior for o nível de aderência aos processos que estão sendo automatizados. No entanto, não devemos esquecer que o esforço para desenvolver e implantar um novo software é tão impactante para a empresa que é aconselhável aproveitar o movimento de mudança para revisar e otimizar os processos em automação. A simples automação de um processo deficitário pode até conseguir torná-lo mais rápido, mas não conseguirá torná-lo melhor, com menos erros e com menor custo operacional.
A primeira fase do desenvolvimento de um produto é o entendimento do processo de negócio que o produto pretende atender, seguido da respectiva revisão e otimização. Ao analisarmos o processo atual poderemos identificar pontos de falha, gargalos, retrabalhos e outras perdas de produtividade, que podem ser melhoradas pela simples revisão do processo ou pela revisão e automação. O ideal é que o novo sistema automatize os processos, proporcionando maior eficácia nas atividades que o compõe.
Modelando o Processo de Negócio
Modelar um processo significa descrever, textualmente ou por meio de diagramas, a coleção de documentos, informações e tarefas inter-relacionadas, iniciadas em resposta a um evento, que visam atingir um determinado valor agregado para o cliente e os demais interessados no processo.
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