Como a internet se comportou durante o "IPv6 Day"

No dia 08 de junho, 415 sites do mundo todo participaram do IPv6 day,  uma iniciativa global da Internet Society para testar a nova versão do protocolo IP, o IPv6. O protocolo IP é quem de fato permite que os computadores se comuniquem na internet. Cada computador possui um endereço IP e, baseado nisso, as conexões são roteadas da origem até o destino.

A versão atual do protocolo IP é a 4 e devido ao grande número de usuários e dispositivos na internet, a quantidade de endereços está acabando. A consequência disso é que novos usuários e dispositivos não poderão mais se conectar na rede quando os endereços chegarem ao fim.

Para evitar que isso aconteça, uma nova versão do protocolo foi criada, o IPv6, que permite que pela taxa de crescimento atual, o número de endereços dure pelo menos mais 400 anos.

O Teste

O que foi testado nesse dia é como os provedores de conteúdo irão servir suas informações nesse protocolo. Para conseguir isso, algumas aplicações tiveram que ser modificadas, servidores configurados com os novos endereços, balanceadores de carga, roteadores e provedores. Um trabalho não muito fácil, pois exigiu coordenação de vários times tanto internos quanto de outras empresas.  Depois que tudo isso foi feito, o próximo passo foi testar o conjunto e ver o poderia dar errado. Os receios eram que os usuários não conseguissem chegar ao site ou que o conteúdo não conseguisse ser enviado de volta. Também temeu-se que as imagens e outros elementos das páginas não fossem exibidos. Os testes antes do dia 8 serviram para corrigir os defeitos e preparar tudo para o grande evento.

A estratégia adotada pela maioria dos portais foi servir o conteúdo em pilha dupla (dual stack). A pilha dupla permite que o mesmo servidor possua tanto endereços IPs versão 4 quanto versão 6. Assim, conseguiria atender a ambos os usuários. Também serviria para que se a conexão IPv6 de um usuário com pilha dupla falhasse, ele poderia tentar acessar o site pelo IPv4. Essa estratégia se mostrou como uma boa alternativa para coexistência dos protocolos para os próximos anos.

Um dos problemas mais comuns enfrentados pelos usuários foi a demora de acessar as páginas em IPv4 quando a conexão para a mesma falhou em IPv6. Mas isso não é culpa dos provedores, mas sim dos navegadores que esperam vários segundos até desistir de acessar pelo IPv6 e tentar pelo IPv4.

Durante o dia 8, uma página do NIC.BR exibia como um site funcionava servido em IPv4 e em IPv6. Então, se um usuário tivesse apenas IPv6, ele teria a real experiência de navegar na rede usando esse protocolo. Também existia uma página exibindo tempos de acesso para diferentes portais. 

Resultados

Para a surpresa de todos, o acesso via IPv6 se mostrou tão rápido quanto o IPv4 em alguns casos. Isso foi bom para desmistificar que o protocolo era lento.

Próximos Passos

Durante um  para falar sobre o dia do IPv6, promovido pelo NIC.BR na última terça-feira, vários portais brasileiros que participaram do evento (Terra, UOL, IG etc.) falaram que receberam poucas reclamações sobre dificuldades de acesso. A maioria reportou que a porcentagem de usuários com probemas foi de 0,05%.

Embora o número de acessos via esse novo protocolo tenha sido pequeno em comparação com o IPv4, mostrou que as aplicações e as páginas funcionaram bem. O próximo passo é portar mais serviços para o IPv6 e deixar o acesso permanente e não apenas por 24h.

A grande ausência do dia 8 foi de provedores de acesso brasileiros oferecendo conexões IPv6 para seus usuários. Isso teria sido muito bom para que conseguíssemos testar o acesso aos provedores de conteúdo sem ter que usar túneis oferecidos por redes no exterior. Nenhum provedor de acesso se comprometeu com nenhuma data fixa e até agora não sabemos quem será o primeiro a oferecer IPv6 aqui

Fonte: http://colunistas.yahoo.net/posts/12001.html