Artigo Clube Delphi 94 - Análise de Pontos de Função

Saiba mensurar o tamanho de seu software e estimar o tempo que levará para ficar pronto.

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Análise de Pontos de Função

Saiba mensurar o tamanho de seu software e estimar o tempo que levará para ficar pronto

 

Um dos grandes desafios atualmente em projetos de software é garantir que estimativas de tamanho, custo e cronograma sejam realistas, tanto em projetos de desenvolvimento quanto de manutenção. Entretanto, as crescentes necessidades dos usuários, a alta complexidade e baixo entendimento do domínio das aplicações a serem construídas, aliadas às constantes mudanças tecnológicas, promovem um alto grau de incerteza nas estimativas para o cumprimento das metas estabelecidas.

Como resultado, os desenvolvedores têm enfrentado problemas de subestimativas, culminando em atrasos no cronograma e descumprimento de orçamentos. Por outro lado, entende-se que os usuários também precisam de respostas rápidas em relação ao tempo e custos envolvidos em projetos de software. No sentido de obter estimativas mais confiáveis, necessita-se lançar mão de técnicas específicas para esse fim, como a Análise de Pontos de Função (do inglês FPA - Function Point Analysis).

Dessa forma, pode-se estimar o tamanho das funcionalidades de um sistema e, em função disso, definir o tempo e recursos para o projeto em questão com base na produtividade da equipe ou na taxa de entrega de projetos semelhantes. Essas estimativas definidas no início do projeto são determinantes para planejar as suas iterações, prever o custo e elaborar o orçamento detalhado do projeto, minimizando os riscos que o projeto termine fora do prazo ou do orçamento previsto.

Assim, o objetivo deste artigo é descrever como obter o tamanho de sistemas através da técnica de contagem de Pontos de Função, através de um protótipo de interface de uma aplicação de exemplo. Não se tem a pretensão de apresentar todas as regras de FPA, mas introduzir os conceitos básicos para a contagem em projetos de desenvolvimento.

O estudo de caso apresentado neste artigo é relativo à contagem de Pontos de Função de um fragmento de um sistema de Controle Acadêmico.

 

Introdução à análise de Pontos de Função

A FPA foi desenvolvida em meados da década de 70 na tentativa de minimizar as dificuldades associadas à medição de tamanho de software através de linhas de código-fonte, além de prover um mecanismo que pudesse prever o esforço associado ao desenvolvimento de software.

Em 1984, uma versão mais refinada foi lançada e, posteriormente, com o aumento da utilização da FPA, tornou-se necessário definir um guia que interpretasse as regras originais para novos ambientes. Devido a essa necessidade, em 1986 foi criado o International Function Point Users Group (IFPUG). No Brasil, esse grupo é representado pelo BFPUG (Brazilian Function Point Users Group).

O cálculo de Pontos de Função (PF) segue um conjunto de diretrizes descritas no manual de Práticas de Contagem de Pontos de Função do IFPUG. Entretanto, divergências de como aplicar essas regras fazem com que as contagens nem sempre resultem num mesmo valor.

No sentido de criar um método mais rigoroso nesse processo de contagem, surgiu a norma ISO/IEC 14143, que estabelece uma série de padrões para contagem funcional. Em 2002, a versão 4.1 do manual do IFPUG foi aprovada como aderente a essa norma.

Dessa forma, a FPA permite uma contagem indicativa do tamanho do projeto no início do seu desenvolvimento, sem conhecer detalhes de modelos de dados ou de classes. Posteriormente, na fase de construção, essa contagem representa uma estimativa com maior precisão da complexidade das funções e, ao término da construção do software, na etapa de transição, é realizada uma contagem detalhada, obtida a partir do grau de complexidade das funções levantadas no processo funcional, modelo de dados ou modelo de classes, descrição de telas e relatórios.

 

Contagem de Pontos de Função

A contagem de pontos de função é realizada através de um conjunto de passos previamente determinados. Para facilitar o entendimento desse processo, cada um desses passos será apresentado e aplicado a um estudo de caso que demonstrará como a contagem pode ser feita.

Nesse sentido, o artigo conduzirá um estudo de caso relacionado ao cadastro de cursos e  alunos de uma faculdade. O cadastramento de cursos é iniciado pelo usuário e apresenta uma lista dos cursos já cadastrados, permitindo pesquisa a partir da descrição do curso e oferecendo as opções de cadastro relativas à inclusão, alteração, exclusão e consulta (Figura 1).

 

Figura 1. Janela de pesquisa de cursos

 

A partir dessa janela, o sistema deve possibilitar a manutenção no cadastro de cursos contendo código e descrição do mesmo, além do tipo do curso, que pode ser de graduação ou pós-graduação. Para cursos de graduação informa-se também o número de períodos, enquanto que, para cursos de pós-graduação, informa-se a carga horária (Figura 2).

Ao final de qualquer dos processos de manutenção, o sistema deve emitir uma mensagem de confirmação ao usuário.

 

Figura 2. Janela de cadastro de cursos

     

Após o cadastramento de cursos, podemos matricular os alunos. Da mesma maneira, existe uma janela de pesquisa de alunos, praticamente igual à de pesquisa de cursos, exceto que oferece ainda uma possibilidade de filtrar os alunos por um curso específico (Figura 3).

 

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