Artigo Java Magazine 58 - EclipseCon 2008: Destaques

Artigo publicado pela Java Magazine edição 58.

Esse artigo faz parte da revista Java Magazine edição 58. Clique aqui para ler todos os artigos desta edição

Clique aqui para ler essa revista em PDF.

 

EclipseCon 2008: Destaques

Novidades deste ano da Fundação Eclipse

A ESF dá uma guinada na direção das tecnologias de runtime, fortalecendo ainda mais a estratégia de ferramentas Eclipse

A Fundação de Software Eclipse (ESF) estabeleceu-se como uma das entidades mais influentes do mundo Java. Embora nem todo desenvolvedor Java prefira IDEs baseados no Eclipse (JDT e derivados), os projetos da ESF vão muito além do JDT, tanto no sentido horizontal – como IDEs para outras linguagens, quanto no vertical – componentes em outras categorias. Desde o início de 2007, a ESF também passou a integrar o JCP (Java Community Process), passando a influir de forma direta e oficial na elaboração de diversos padrões formais da plataforma Java. Além disso, o fato da ESF ter entre seus membros diversas organizações de grande influência (como IBM, BEA, Intel, Nokia, Oracle e muitos mais) também garante a sua relevância no mercado.

A demonstração mais impressionante da força da ESF e do Eclipse é, sem dúvida, a existência de uma conferência técnica de grande porte: quatro dias, 300 sessões e mais de 1.300[1] atendentes. Nenhum outro IDE, para qualquer linguagem ou plataforma, consegue um feito similar (embora, para ser justo, a EclipseCon não trate somente do JDT ou outros IDEs.)

Neste artigo, discutimos algumas novidades divulgadas na EclipseCon 2008. O material das apresentações técnicas está disponível gratuitamente na Internet (veja Links); são 230Mb de apresentações. Resumir todo este material num artigo seria tanto superficial quanto redundante; portanto, optei por destacar somente as principais novidades apresentadas na conferência, permitindo assim uma discussão mais aprofundada.

A colaboração ESF + Microsoft

Essa notícia é sem dúvida a mais polêmica da EclipseCon 2008, uma vez que qualquer coisa envolvendo Microsoft e Java é polêmica. Na sua keynote, Sam Ramji, diretor do Open Source Software Lab da Microsoft, anunciou o início de uma colaboração com a ESF, focada no aperfeiçoamento do porte da SWT para a WPF.

Sim, a Microsoft possui um departamento de Open Source – uma iniciativa ainda tímida, vista com desconfiança pela comunidade. Seu objetivo parece ser o de aparar as arestas com o mundo FOSS, pelo menos em questões de benefício mútuo. Seu site Port25 hospeda projetos livres como um plug-in do Windows Media Player para o Firefox, e atualizações do kernel do Linux para otimizar o seu uso dentro do Microsoft Virtual Server.

Não muito atrás no quesito polêmica, a SWT (Standard Widget Toolkit) é o toolkit de GUI da ESF, concorrente direto da trinca AWT / Java2D / Swing do padrão Java SE. A SWT foi o pivô da discórdia entre a Sun e a ESF, sendo o principal motivo pelo qual a Sun não se juntou à Fundação. Já a WPF, Windows Presentation Foundation, é um novo framework gráfico presente no Windows Vista. Uma novidade do Eclipse 3.3, lançado em junho de 2007, foi um novo porte da SWT para a WPF. Este porte implementa a API da SWT em cima da WPF, tornando aplicações SWT cidadãs de primeira classe no Vista, com direito a todos os recursos gráficos avançados deste ambiente. Veja “Eclipse x NetBeans” na Edição 53 para mais informações sobre a SWT para WPF.

O anúncio foi recebido com estranheza por muitas pessoas. Afinal, por que a Microsoft ajudaria a ESF a aperfeiçoar a SWT, uma tecnologia Java? Uma das razões, na minha opinião, é que a adoção da WPF continua avançando a passo de lesma. Quase um ano e meio após o lançamento do Vista, o número de aplicações Windows “tunadas” para explorar a WPF ainda é pífio. Alguns sites que consultei listam poucas dezenas de aplicações, metade delas sendo de sites XBAP (tecnologia RIA baseada na WPF), e não havendo nem uma única aplicação expressiva. Nem mesmo aplicações gráficas importantes da própria Microsoft, como o PowerPoint, foram portadas para a WPF.

Como já opinei na Edição 53, a Microsoft cometeu um erro estratégico ao amarrar a WPF à plataforma .NET. A WPF não possui API Windows convencional (nativa); só pode ser programada em linguagens .NET como C#. Mas a esmagadora maioria das aplicações Windows existentes é escrita em C ou C++, linguagens não suportadas pela .NET. Para aplicações de grande porte, por exemplo um Adobe Photoshop, o porte para a WPF teria um custo colossal." [...] continue lendo...

Ebook exclusivo
Dê um upgrade no início da sua jornada. Crie sua conta grátis e baixe o e-book

Artigos relacionados