Java.net na Prática
Parte 2: Código e Ferramentas
Na primeira parte desta série, vimos o que é o java.net e como iniciar ou participar de um projeto open source. Mas para tirar proveito de tudo o que o java.net oferece, é preciso conhecer as ferramentas fornecidas pelo portal. São elas que você vai utilizar no dia-a-dia do seu projeto, e que permitirão a colaboração com outros desenvolvedores. Colaboração é a principal vantagem de se participar das comunidades do java.net. Conhecer essas ferramentas irá ajudá-lo a navegar com tranqüilidade nas centenas de projetos existentes – e tornará seu próprio projeto melhor estruturado.
Aproveito para chamar a atenção a um detalhe: entre a publicação da primeira parte e esta, o java.net passou por uma reformulação visual. Algumas ferramentas mudaram de nome e outras tiveram funcionalidades melhoradas. Portanto, as capturas que você verá nessa parte serão um pouco diferentes das apresentadas na edição anterior.
Código fonte
No coração de um projeto está seu código fonte. São os fontes que irão refletir, em termos concretos, a colaboração dos desenvolvedores – no mundo open source é aqui que você mostra o seu valor. Portanto, uma das principais funcionalidades que o java.net oferece é a capacidade de armazenar, acessar e gerenciar o código de projetos, através de um sistema de controle de versões. É a ferramenta Version Control.
Por trás dessa ferramenta está o CVS, o sistema de controle de versões mais utilizado no mundo. O CVS, um sistema open source, foi criado com o objetivo de permitir que centenas, ou mesmo milhares, de desenvolvedores trabalhem juntos em um projeto, principalmente através da internet. Utilizado em um grande número de projetos open source ao redor do mundo, o CVS já provou ser um sistema de controle de versões estável e confiável. Como um bom desenvolvedor open source, saber usar o CVS chega a ser uma obrigação. Você pode ver detalhes sobre a configuração e o uso do CVS na coluna “Java Livre”, da Edição 7.
A ferramenta Version Control fornece o acesso ao código fonte através de uma interface web, permitindo a visualização dos arquivos e a comparação com versões anteriores (veja um exemplo na Figura 1). Dessa forma, mesmo sem conhecer o CVS, é possível navegar pelo código de um projeto. Você pode usar o recurso para visualizar o código de outros projetos e conhecê-los melhor, antes de decidir participar. Porém, para criar e modificar arquivos, você precisará utilizar um cliente CVS – veja mais no quadro “Configurando o cliente”.
Se você não está acostumado com o conceito de controle de versões, veja um resumo breve: o CVS guarda os arquivos e registra todas as versões de cada um, sejam eles arquivos texto (por exemplo, seu código Java ou script Ant), ou mesmo arquivos binários (uma imagem ou um arquivo do OpenOffice, por exemplo). Dessa forma, é possível retornar a uma versão anterior do projeto ou de um arquivo específico. Você utiliza o cliente CVS para gerenciar os arquivos e versões, mas para editá-los você utiliza a sua ferramenta normal para aquele tipo de arquivo: sua IDE Java, seu editor de textos, de imagens etc. Além disso, o CVS cuida para que as edições de um usuário não sejam apagadas por outro, permitindo que diversos desenvolvedores trabalhem concorrentemente em um mesmo projeto." [...] continue lendo...