De que se trata

O artigo trata de uma experiência bem sucedida na adoção de boas práticas do nível G do modelo de maturidade MPS.BR para a melhoria da qualidade no desenvolvimento de software em uma microempresa.


Para que serve

Tendo em vista a obtenção da melhoria da qualidade do software produzido em microempresas, e de padrões que possam tornar essa qualidade mensurável, este trabalho descreve um projeto para seleção e implementação de práticas do nível G do MPS.BR na Studium Tecnologia da Informação, microempresa situada na cidade de Viçosa-MG. Resultados parciais deixam claro que é possível aplicar práticas selecionadas do MPS.BR em microempresas, que levam a melhorias em curto espaço de tempo.


Em que situação o tema é útil

Através deste projeto, o segmento das microempresas produtoras de software pode seguir os mesmos caminhos descritos neste artigo, e dar um primeiro passo rumo à qualidade do software baseado em processos e níveis de maturidade. O artigo mostra também um caso de sucesso na interação universidade-empresa, que possibilitou o desenvolvimento do projeto em meio acadêmico, com participação efetiva de uma microempresa. Os benefícios são imensos para ambos os lados.

Autores: Adriano Godoy da Silva, José Luís Braga e Liziane Santos Soares

Microempresas da área de desenvolvimento de software, dada sua estrutura física, número de funcionários e o tipo de projetos a que se dedicam, normalmente não têm acesso à implementação de programas de qualidade como Capability Maturity Model Integration (CMMI) ou Melhoria de Processo do Software Brasileiro (MPS.BR). O custo inerente à implementação das práticas a serem adotadas é alto, pois as exigências em termos de organização e disponibilidade de pessoal ficam muitas vezes fora das possibilidades de uma empresa com esse perfil.

Ainda, o número de microempresas produtoras de software é grande. Segundo o IBGE, elas são responsáveis pela fatia mais gorda da geração de empregos na indústria de software (Figura 1).

Figura 1. Pessoal ocupado nas empresas da Indústria Brasileira de Software/Serviços TI

A questão que deve ser levantada é: as microempresas produtoras de software estão condenadas a não usufruírem dos resultados proporcionados pela implementação de programas de qualidade organizacional?

Pensando neste desafio, no final de 2007 iniciou-se no Departamento de Informática (DPI) da Universidade Federal de Viçosa (UFV) um programa de melhoria de qualidade organizacional voltado, especificamente, para microempresas produtoras de software. Esse programa é focado nas empresas do Arranjo Produtivo Local em Tecnologias da Informação de Viçosa (APL-TI-Viçosa), financiado pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais (SECTES), pelo SEBRAE e outros. O APL-TI-Viçosa encontra-se em franco desenvolvimento, passando de pouco mais de oito micro e pequenas empresas, no final de 2007, para mais de trinta empresas no final de 2009.

Esse esforço resultou, em termos práticos, na consolidação do convênio entre a UFV-DPI e o CCOMP - Centro de Competência FUMSOFT em MPS.BR e CMMI da FUMSOFT - Sociedade Mineira de Software, implantado no ano de 2009 e, atualmente, em funcionamento pleno. O maior objetivo deste convênio é a interiorização das implementações e avaliações MPS.BR em Minas Gerais. Está em andamento a implementação do nível G do MPS.BR em uma das empresas do APL-TI-Viçosa, e outras empresas estão se preparando para aderirem ao programa nos próximos anos.

Em uma iniciativa decorrente desse convênio, está sendo desenvolvido um programa complementar de implementação de práticas do MPS.BR em microempresas do APL-TI-Viçosa. O objetivo deste programa é proporcionar a essas empresas a possibilidade de implementarem algumas práticas, dentro de suas possibilidades e necessidades, as quais possam servir como passos iniciais rumo aos níveis de maturidade do nível G do MPS.BR. Espera-se que um ciclo virtuoso de realimentação se forme dessa maneira e, em médio prazo, mais empresas do APL-TI-Viçosa possam se submeter aos processos de implementação e de avaliação de competência do MPS.BR.

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