Aprenda a transformar o seu PDA num DVD player

 

Quem usa PDAs sabe que esses pequenos computadores de mão têm muitas utilidade que vão além da simples agenda de compromissos ou tocador de MP3.

Os primeiros PDAs lançados pela Palm há aproximadamente uma década não eram compatíveis com nenhum tipo de cartão de expansão de memória. Para expandir a memória de um Pilot 1000 era necessário comprar uma placa especial para o aparelho. De alguns anos pra cá, os PDAs passaram a aceitar cartões do tipo CF(Compact Flash), MMC, MemoryStick e SD (Secure Digital). Como todos sabem, o mercado de padrões para cartões de memória é um terreno agitado e ocupado por giagantes da tecnologia que tentam impor e implacar seus formatos proprietários ou desenvolvidos em parceria com outras empresas.

 

 

Digamos que o formato Secure Digital, desenvolvido em conjunto pelas gigantes Matsushita (popularmente conhecida como Panasonic), Toshiba e SanDisk, foi um dos maiores acertos nos últimos tempos no que diz respeito a armazenamento digital para equipamentos eletrônicos.

O sucesso do formato é tão grande que praticamente todos os fabricantes já o adotaram como padrão de cartão de memória. Todos, menos a Sony, obviamente.

Uma nova geração de cartões SD, os mini-SDs, já dão sinais de vida e prometem ser o padrão absoluto para telefones, smartphones e aparelhos que estão em constante redução de tamanho. A redução das proporções de equipamentos eletrônicos, principalmente, os portáteis, é uma tendência natural e há muito tempo conhecida por todos nós. Outra tendência bastante conhecida é a redução dos custos de peças que compõem equipamentos eletrônicos. Conforme novas tecnologias vão sendo lançadas e conforme a escala de produção desses componentes vai aumentando, é natural que os custos de produção sejam empurrados para baixo, impactando diretamente no barateamento de equipamentos que incorporam esses componentes.

 

Atualmente, a grande maioria de PDAs utiliza o formato SD para expandir a memória. Até alguns anos atrás, esses cartões estavam disponíveis em formatos de 128 ou 256MB, por preços bastante proibitivos. Com a introdução dos cartões de 512 e 1GB o preço dos anteriores caiu de forma considerável. A realidade dos dias de hoje já nos permite ir até o centro de São Paulo e comprar um cartão SD de 1 Gigabyte por trezentos reais. Para mim, é clara a lembrança do dia em que comprei o meu cartão de 256MB por aproximadamente duzentos e cinquenta reais, há um ano atrás...

Agora, alguém sabe me responder o que fazer com um cartão de 1 Giga instalado no PDA? Armazenar músicas em formato MP3 talvez seja uma das principais respostas, mas o grande barato é guardar filmes inteiros para serem vistos em viagens ou em momentos de lazer longe de casa. Boa parte das pessoas também já viu aqueles aparelhos de DVD portáteis que são vendidos no xing Ling por preços sedutores ou em lojas de departamentos, por preços que ultrapassam com facilidade os dois mil reais.

Agora, alguém sabe me responder pra que comprar um tocador de DVD portátil que custa uma fortuna e ainda pula com vibrações se é possível usar o próprio PDA para reproduzir tal função? Certamente, essa é uma das perguntas que atormenta os atuais fabricantes desses DVD players portáteis.

 

Não é justo sair em defesa dos PDAs sem antes colocar os prós e contras dessa comparação.

Veja alguns pontos negativos ao utilizar o PDA para ver filmes:

 

1. Tela pequena

Em primeiro lugar, as telas de PDAs são menores que as telas de tocadores portáteis de DVD, mas não tão menores assim, afinal, a idéia é que tocadores portáteis de DVD também sejam portáteis.

 

2. Custo de armazenamento por megabyte

O custo de armazenamento de filmes por minuto em cartões de memória é infinitamente superior ao de DVDs, já que filmes em DVD podem ser comprados por 25 ou 30 reais em qualquer Blockbuster da vida (não vamos mencionar aqui os camelôs). Para armazenar um filme inteiro com ótima qualidade é necessário ter um cartão de no mínimo 256MB. Com um cartão de 1GB é possível espremer até quatro filmes de média/curta duração sem maiores problemas. Já um Magnólia pode passar com facilidade dos 256MB.

 

3. Manuseio do aparelho

Filmes em PDAs geralmente são vistos de forma horizontal no visor. Em formato horizontal ou não, a acomodação do aparelho também pode ser um problema, pois a tarefa de segurar um PDA por mais de uma hora pode ser bastante desagradável. Nada que não seja facilmente resolvido com uma boa idéia ou simples velcro. Isso já não contece com DVD players portáteis, que costumam abrir em formato de concha e permitem posicionar a tela num ângulo confortável para a visão.

 

4. Volume de áudio

Quem usa PDA sabe que o som costuma ficar prejudicado quando o volume é aumentado de forma excessiva, afinal, os pequenos alto-falantes que equipam os PDAs não foram projetados para fazer um filme soar de forma alta e clara para duas ou dez pessoas numa sala. Levando isso em consideração, talvez a utilização de fones de ouvido seja necessária para a perfeita visualização do filme, fato este que também acaba limitando o número de pessoas assistindo ao mesmo tempo.

 

5. Bateria

A maldita bateria. Quase sempre, a bateria é um dos pontos mais problemáticos em aparelhos portáteis, principalmente PDAs. Levando em consideração que a bateria de tocadores portáteis de DVD foram projetadas para durar o suficiente para podermos assistir a um filme ou dois, talvez seja esse outro ponto negativo a ser considerado na hora de assitir a filmes no PDA. Não espere que você vá assistir a um filme inteiro e depois sairá usando o PDA por mais uma hora com a luz do visor ligada no máximo. A bateria não vai durar tanto assim.

Pontos positivos ao assistir a filmes no PDA

1. Imunidade à aeromoças

Quem "anda" de avião sabe que não é permitido usar mouses sem fio, telefones celulares, câmeras fotográficas ou filmadoras com ou sem flash, walkie-talkies, aparelhos de rádio, MiniDisc players, CD-Players, DVD Players, CD-ROM de notebooks e absolutamente nada que funcione com laser ou rádio durante pousos e decolangens ou durante todo o vôo. Essa lista de restrições costuma variar de acordo com o humor da tripulação de bordo. Lembro que quando comprei o meu primeiro MD cheguei a pensar que estava livre para ouvir música durante vôos sem ser importunado de forma gentil por aeromoças. Estava enganado. Rapidamente, todas as aeromoças e comissários de bordo ficaram sabendo que MDs também funcionam através de leitura a laser. Isso foi o suficiente para que aparelhos de MD fossem caçados e banidos de dentro dos aviões. Todo mundo deve saber, DVDs também utilizam o laser para ler a mídia, ou seja: nada de DVDs funcionando durante os vôos. O mais engraçado é que boa parte das companhias aéreas disponibilizam aparelhos portáteis de DVD nas classes executivas para o deleite dos passageiros mais endinheirados. Dessa forma, a conclusão que eu chego é que aqueles que pagam menos têm menos direitos durante o vôo. É aí que os PDAs entram em ação. Quando a aeromoça der dois toques no seu ombro, basta mostrar a tela do seu calendário ou Bejeweled e continuar assistindo ao filme. Isso deve bastar. No caso de uma abordagem mais agressiva, você ainda poderá tirar o cartão do slot para mostrar e explicar que cartões de memória não funcionam através de laser ou transmissão via rádio.

 

2. Imunidade a choques, vibrações ou falhas de leitura

Assim como CD players, aparelhos de DVD também não gostam de ambientes com muita vibração ou movimentos bruscos. Imagine o clássico Psicose travando na cena do chuveiro, não seria nada legal... Por isso, outra grande vantagem em carregar filmes em cartões de memória é o fato do PDA não dar a mínima para os buracos na estrada ou sacolejos.

 

3. Acesso rápido

Enquanto aparelhos de DVD precisam ser ligados para chegarem até o menu de opções com os capítulos do filme, o PDA marca a posição exata onde você parou e permite que você continue assistindo ao filme de forma instantânea.

 

4. Maior portabilidade

Aparelhos portáteis de DVD costumam ter a metade do tamanho de um notebook comum. Em outras palavras, são verdadeiros game boys vitaminados. Já o PDA cabe no bolso da camisa com facilidade e ocupa menos espaço na bagagem de mão.

 

Agora que falamos os pontos contra e a favor da visualização de filmes em PDAs, vamos falar sobre programas que copiam filmes inteiros para cartões de memória num simples clicar de botão.

Até alguns anos atrás, digitalizar um DVD e converter o arquivo para um formato apropriado para o PDA era uma tarefa lenta

e muito complicada. Era necessário ter um programa para digitalizar o DVD (para isso, também era necessário entender como os discos de DVD guardam os filmes em arquivos diferentes), um outro para juntar todos os pedaços de vídeo e áudio que eram gerados pelo primeiro programa, e um terceiro para converter o gigantesco arquivo de vídeo para um formato reduzido e compatível com o tocador de mídia do PDA. Pode acreditar que dias eram necessários para poder encaixar as peças e finalizar a primeira conversão com sucesso. Era como montar um quebra-cabeças, literalmente.

Para a sorte dos cinéfilos usuários de PDA, algumas empresas resolveram comercializar programas que executam todo o processo com pouco mais de três cliques. Algumas prometem apenas um clique, mas no final das contas, não é exatamente isso que acontece.

 

Esses softwares pedem que você insira o DVD desejado no drive, escolha uma ou duas opções e clique no botão de "GO". Basta esperar. Depois de uma ou duas horas você terá o filme inteiro num arquivo que precisará ser transferido para o PDA posteriormente. Aí vem outro pequeno problema: a transferência de arquivos via cabo USB é feita com certa lentidão. Isso piora consideravelmente quando o destino do arquivo é o cartão de memória no PDA. Em alguns casos, a transferência chega a ter 30% da velocidade de uma feita para a memória principal do aparelho.

Outro problema muito comum na transferência de arquivos grandes é a queda de conexão. Boa parte dos PDAs tem opções de economia de energia que desligam o aparelho automaticamente depois de alguns minutos. Por incrível que pareça,

muitos aparelhos costumam desligar-se automaticamente, mesmo que essas opções estejam desabilitadas. O software de transferência e sincronização da Microsoft, o ActiveSync, também costuma encerrar a transferência de arquivos muito longos. Diversas vezes tive que recuperar meu cartão de memória que ficou corrompido depois de uma interrupção na transferência de arquivos longos. Quedas de conexão quando um ou mais arquivos estão sendo copiados costumam bagunçar o cartão. Só através de um software específico para recuperar cartões de memória é possível corrigir o estrago feito numa situação como essa. Por conta desses perigos na hora de transferir o arquivo com o filme, é aconselhável que a mesma seja feita com um leitor de cartões conectado ao computador. Com essa precaução, você evita a dor de cabeça de descobrir que todos os dados do seu cartão foram para o espaço.

 

 

Caso você corrompa os dados no cartão, experimente usar o StorageTools da Softwinter (www.softwinter.com). Ele formata, desfragmenta e conserta cartões corrompidos, desde que o estrago não seja agravado com tentativas de gravação ou correção posteriores ao dano inicial.

O Pocket DVD Studio é um dos softwares de conversão de DVDs para PDAs mais popular na atualidade. Ele permite converter filmes inteiros para arquivos que podem ser vistos tanto no Palm, quanto no Pocket PC. A tela de conversão é bem explicativa e permite fazer a conversão para arquivos do tipo WMV, AVI e MPEG sem muita complicação. Com ele, é possível gravar filmes de até três horas de duração em arquivos de até 256MB, ou reduzindo a qualidade, em arquivos de até 128MB.

O Pocket DVD Studio ainda permite ajustar o brilho e contraste do filme, nível de volume ou mesmo, quebrar o filme em arquivos diferentes, que pode ser muito útil quando se está usando mais de um cartão com pouca capacidade.

 

 

 Se o Pocket DVD Studio parece ter chegado a um nível máximo de facilidade de uso, o Pocket DVD Wizzard pode parece ainda mais simples. O Pocket DVD Wizzard permite converter um DVD através de uma curta sequencia de telas que são configuradas passo a passo. A foto ao lado mostra a primeira delas, onde o usuário começa escolhendo o drive de DVD e o arquivo destino. Na tela seguinte o usuário configura o formato do arquivo (widescreen 16:9, Fullscreen, entre outros). O Pocket DVD wizzard não gera arquivos para Palm, apenas para Pocket PC ou portable media players como o Zen ou o iRiver.

 

No site do produto é possível fazer o download de uma versão trial que permite converter até 5 minutos de um DVD. Os formatos de saída são MPEG, AVI ou DivX®.

Vale lembrar que a cópia ilegal de filmes é crime e corrói os pilares da indústria cinematográfica. Quando você distribui ou copia ilegalmente obras protegidas por direitos autorias, na verdade você está matando o futuro da indústria de filmes, dos cineastas e dos atores de cinema. As dicas aqui mencionadas servem para que você coloque no seu PDA filmes originais comprados de forma legal para uso próprio, sempre.

Agora que você conhece algumas ferramentas que permitem converter os seus DVDs em arquivos que podem ser vistos no PDA, basta comprar um cartão com no mínimo 256MB e aproveitar pra levar alguns filmes para ver durante a sua próxima viagem!

 

Ricardo Menezes é diretor de criação e designer de mídias interativas certificado pela Adobe/Macromedia. Trabalha no mercado de mídias interativas desde 1992. Foi responsável pelo desenvolvimento dos primeiros projetos de multimídia da Midialog (atual AgênciaClick), desenvolveu projetos para a divisão interativa da TV1 e fundou a Invision Comunicação Interativa em 1996. Atualmente reside na Ásia, de onde abastece o MobileZone com as últimas novidades sobre mobilidade e tecnologias sem fio.

 

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