Artigo da SQL Magazine 33 - IOT - Index Organized Table no Oracle

Vamos aprender nesse artigo os conceitos e a aplicabilidade do IOT.

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IOT – Index Organized Table no Oracle

Conceitos e aplicabilidade

Pedro Valiati

A grande especificidade exigida pelas regras de negócios, aliada à necessidade de atualizações dos sistemas de TI tem levado DBA’s e DA’s a buscarem novas alternativas em modelagem de dados e ganhos de performance. Com isso, os conceitos de IOT (Index Organized Table) vêm ganhando espaço. Sua utilização vem desde a versão 8i do Oracle e foi aperfeiçoada na versão 9i (vale ressaltar que este conceito também é utilizado em outros SGBDs como o SQL Server).

Conceito

Ao contrário do que normalmente se imagina, a aplicabilidade das IOT’s está bem próxima das necessidades dos sistemas de TI. Mas o que seria essa ‘tal’ de IOT?

Podemos defini-la como sendo uma tabela cuja organização de armazenamento seja uma variante da organização de uma chave-primária do tipo B-Tree (Nota 1). Inversamente a uma tabela regular (HOT - Heap Organized Table) a qual armazena dados de uma forma não ordenada, a IOT ordena os dados numa estrutura de índices B-Tree, classificando-os da mesma forma que uma chave primária.

Mas a grande ‘sacada’ da IOT é a possibilidade da variação do ‘endereço da linha’, também conhecido como ROWID, para conseguir efetuar a organização dos dados no momento de seu armazenamento.

 

Nota 1. Conceito de índice B-Tree

A palavra B-Tree (Binary Tree) significa 'árvore binária', que é uma das variações de tipo de índice que permite uma busca rápida em bases de dados. Praticamente todos os bancos de dados SQL baseiam-se nesse padrão de busca. Em uma consulta utilizando índices B-Trees, o Oracle percorrerá os blocos de dados da tabela do índice, sendo que cada bloco alcançado separará fisicamente dados que não estejam dentro do que foi solicitado na consulta. Isto ocorrerá até os dados solicitados serem encontrados.

 

Tenhamos como exemplo uma tabela cuja chave primária seja o campo ID do tipo numeral (Number), e cujos valores sejam ordenados de 1 a 1000. Além disso, devido a uma regra de negócios hipotética, o campo da coluna ID de valores entre 100 e 200 devem ser alterados para os valores de 1100 e 1200.

No caso de uma HOT, a mudança ocorrerá em nível de valores no campo, não haverá mudança do endereço da linha (ROWID). No caso de uma IOT a alteração irá além, será física, pois se dará em nível do armazenamento dos dados nos blocos de dados, podendo, inclusive, haver mudança do bloco de dados para a linha da tabela alterada. É a ROWID se movimentando de forma a organizar a chave primária numa seqüência lógica, possibilitando uma melhor performance no resgate de dados da tabela utilizando os campos de chave-primária, neste caso o campo ID.

Em linhas gerais, podemos dizer que uma IOT não possuirá uma tabela de índices, como em uma HOT, ela já se comporta movimentando as linhas para que a organização da mesma não necessite de uma tabela a parte.

Vejamos na Listagem 1 um exemplo simples da criação de uma IOT onde temos três campos, sendo que dois deles formam uma chave primária composta. No exemplo é possível notar a cláusula ‘ORGANIZATION INDEX’, que define a tabela como IOT.

 

Listagem 1. Conhecendo os DBAs (e sendo um deles), aí vai o primeiro e simples exemplo de uma IOT.

CREATE TABLE MINHA_1A_IOT (
    IOT_ID INT,

    IOT_DATE DATE,
    IOT_NAME VARCHAR2(8),
  CONSTRAINT PK_MINHA_1A_IOT –- CLÁUSULA ‘CONSTRAINT’ OBRIGATÓRIA
  PRIMARY KEY (IOT_ID, IOT_DATE)) -– CLÁUSULA ‘PRIMARY KEY’ OBRIGATÓRIA    
  ORGANIZATION INDEX; -- CLÁUSULA ‘ORGANIZATION INDEX’ OBRIGATÓRIA

 

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