Artigo SQL Magazine 46 - Triggers no Oracle

Neste artigo, irei explorar as várias possibilidades de utilização de triggers no Oracle.

Gatilhos disparados no momento certo!

Neste artigo, irei explorar as várias possibilidades de utilização de triggers no Oracle. Para isso, farei uso de exemplos práticos que você poderá executar em sua própria estação de trabalho, desde que tenha um banco de dados instalado, ou tenha acesso a um servidor de banco de dados.

O ambiente

Neste artigo, utilizei um Oracle Database 10g Enterprise Editon Release 10.2.0.1.0 em um banco de dados criado através do utilitário DBCA (Database Configuration Assistant), onde selecionei a opção de instalação dos esquemas de demonstração. Utilizaremos o velho e bom esquema de demonstração SCOTT cuja senha inicial continua sendo TIGER. O Oracle 10g, por padrão, mantém a conta travada (locked), não se esqueça de conectar-se como SYS e destravá-la. Na primeira conexão feita com o usuário SCOTT, será solicitada a alteração da senha.

Caso já possua um banco de dados criado e o esquema SCOTT não tenha sido instalado, você poderá fazê-lo manualmente executando o script utlsampl.sql, que pode ser encontrado no diretório ORACLE_HOME/rdbms/admin/ (barra invertida - - no Windows). A Listagem 1 apresenta os passos necessários para a criação do ambiente.

Listagem 1. Criando o esquema SCOTT ou destravando-o, caso já esteja criado.

            SYS@RRDB> -- Criando o esquema SCOTT manualmente.

            SYS@RRDB> @?\rdbms\admin\utlsampl
            
             
            
            SYS@RRDB> -- Destravando o esquema SCOTT, caso o mesmo tenha sido criado juntamente com o BD.
            
            SYS@RRDB> ALTER USER SCOTT ACCOUNT UNLOCK;
            
            User altered.
            
             
            
            SYS@RRDB> -- Conectando com o usuário SCOTT.
            
            SYS@RRDB> conn scott@rrdb
            
            Enter password: *****
            
            Connected.
        

Apenas um parêntesis, RRDB é o nome da instância que estou utilizando.

Afinal, o que são Triggers?

Triggers, ou gatilhos, nada mais são que stored procedures em PL/SQL ou Java que são executadas (disparadas) implicitamente, ou seja, sem nenhum “chamamento” explícito, sempre que uma tabela ou view é modificada ou ainda quando acontece alguma determinada ação do usuário ou até mesmo ações do próprio banco de dados. Triggers são uma parte crítica de qualquer aplicação bem modelada e, através deles, é possível garantir as seguintes funcionalidades:

São cinco os tipos de eventos que podem “disparar” um trigger:

Nas próximas seções abordarei cada um dos eventos de maneira prática em nosso banco de testes no esquema SCOTT.

Hands On

Vamos lá, agora é hora de colocar a “mão na massa” e iremos criar triggers utilizando todos os eventos mencionados na seção anterior. A partir daí, basta usar sua criatividade e necessidade para usufruir ao máximo desta poderosa ferramenta.

Triggers de DML

Sempre que um evento de insert, update ou delete ocorrer em uma tabela, o trigger será executado. Este é o tipo mais comum de trigger, particularmente para os desenvolvedores; os outros tipos de triggers são mais comumente utilizados pelos DBAs. Existem várias maneiras de trabalhar com este tipo de trigger. Podemos querer que o trigger seja “disparado” antes ou depois de um comando DML, podemos ainda querer a execução antes ou depois de cada linha afetada pelo comando e, finalmente, podemos utilizar o trigger para cada um dos eventos ou uma combinação deles.

É muito importante que três perguntas sejam respondidas antes de programar o trigger:

Temos ainda outros três componentes que são: os pseudo-registros NEW e OLD e a cláusula WHEN. Vejamos na Tabela 1 o que significa cada um destes componentes.

Variável Descrição
BEFORE trigger O trigger será executado antes que o evento efetivamente ocorra, por exemplo, BEFORE INSERT.
AFTER trigger O trigger será executado após o evento efetivamente ter ocorrido, por exemplo, AFTER UPDATE.
Statement level trigger Este tipo de trigger será executado para o comando como um todo, independente do número de linhas que sejam afetadas por ele. Nestes casos, o trigger, após executado, pode afetar uma ou mais linhas na tabela.
Row level trigger Neste caso, cada linha afetada pelo comando “disparará” o trigger, em outras palavras, caso um update afete 1000 linhas, o trigger será “disparado” 1000 vezes.
Pseudo-registro NEW Este pseudo-registro está disponível apenas para triggers de insert e update. Ele armazenará o novo valor da coluna, ou seja, o valor que “entrará” na tabela pelo insert ou update.
Pseudo-registro OLD Este pseudo-registro está disponível apenas para triggers de update e delete. Ele armazenará o valor antigo da coluna, ou seja, o valor que “sairá” da tabela pelo update ou delete.
Cláusula WHEN Está cláusula permite que o trigger nem sempre seja executado, pois mesmo que haja o evento (insert, update ou delete), a cláusula WHEN deverá ser satisfeita para que o trigger seja “disparado”.

Tabela 1. Componentes de um trigger de DML.

Vejamos agora, na Listagem 2, a sintaxe de criação de um trigger de DML.

Listagem 2. Sintaxe de criação de um trigger de DML.

            CREATE [OR REPLACE] TRIGGER nome_do_trigger

                {BEFORE | AFTER}

                {INSERT | DELETE | UPDATE | UPDATE OF lista_de_colunas} ON nome_da_tabela

                [FOR EACH ROW]

                [WHEN (...)]

                DECLARE

                Declaracao de variaveis

                BEGIN

                    ... codigo SQL e/ou PL/SQL ...

                [EXCEPTION ... ]

                END [nome_do_trigger];
        

Row level trigger

Apenas um detalhe, a cláusula FOR EACH ROW é o que define que o trigger é do tipo Row level, sua omissão faz com que o trigger seja do tipo Statement level.

Para iniciar nossos exemplos, faremos algumas alterações nas tabelas do esquema SCOTT. Estas alterações serão mostradas no decorrer do artigo."

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