A administração de dados e o desenvolvimento de softwares
Atualmente dentro das estruturas tradicionais de T.I. prega-se a lenda de que a administração de dados tem pouco a ver com o desenvolvimento de softwares. Esta afirmação é, em parte verdadeira, e baseia-se no pressuposto de que existe uma completa independência entre a modelagem conceitual de objetos do negócio e o projeto técnico das estruturas de dados necessárias às aplicações de informática, e de que estas últimas não devem estar sujeitas a condicionamentos exteriores às próprias aplicações. A administração de dados interviria apenas de forma indireta, por exemplo, através do estabelecimento de nomenclaturas de dados, ficando ao livre arbítrio das equipes de desenvolvimento a definição das estruturas de dados, de acordo com as necessidades de cada projeto. As conseqüências desta prática têm se tornado evidente na proliferação cada vez mais caótica de estruturas de dados, e em suas interações tais como, a explosão descontrolada de redundância e inconsistência de dados.
Contrariando o que preconiza esta pratica atual das empresas mais conservadoras, cabe à administração de dados traduzir os requisitos de informação, incluindo as respectivas regras de gestão, associados aos processos de decisão e operação organizacionais em modelos de dados conceituais, os quais devem constituir um quadro de referência obrigatório para as atividades de desenvolvimento de softwares.. Cabe ainda à administração de dados acompanhar a expansão desses modelos ao nível de cada subsistema e assegurar que as especificações produzidas são consistentes com as normas e procedimentos em vigor.
Há ainda a acrescentar a estas atribuições:
· As atribuições que resultam da necessidade de harmonização de estruturas de dados, entre subsistemas, sistemas e projetos;
· A arbitragem de conflitos de perspectivas sobre os dados, entre os diversos setores das organizações;
· A garantia da qualidade das bases de dados resultantes.
Estas atribuições da administração de dados requerem a participação desta trabalhando junto das equipes de desenvolvimento, durante todo o ciclo de vida dos sistemas. O grau e o tipo de envolvimento nesses processos varia de acordo com as diversas fases de cada projeto e com a maturidade das organizações, devendo ser clara as áreas de responsabilidade de cada interveniente em cada ciclo.
Em conclusão, a administração de dados não deve ficar alheia ao processo de automação de sistemas de informação; da mesma forma que a arquitetura e o desenvolvimento destes, tal como a reorganização de processos, não podem ignorar as oportunidades criadas pela tecnologia da informação. Sem que isso signifique que é esta última a ditar as estratégias que devem ser seguidas.