De que se trata o artigo

O gerenciamento de portfólio refere-se a abordagens para gerir uma coleção de projetos. Para isso, ele é composto por duas etapas: avaliação, seleção e priorização de componentes e, posteriormente, avaliação se os componentes continuam alinhados aos objetivos pelos quais foram selecionados e aprovados. Neste contexto, este artigo apresenta o Gerenciamento de Portfólio de Projetos com base no Modelo de Referencia da Melhoria de Processo do Software Brasileiro (MR-MPS.BR). O processo foi desenvolvido com apoio da metodologia P3 para auxiliar na seleção de projetos de uma pequena empresa avaliada e aprovada no nível F do MPS.BR.

Em que situação o tema útil

Muitas empresas dedicam uma grande parcela de seu tempo, definindo seus objetivos estratégicos, missão, visão. E muitas vezes, essas definições se tornam apenas metas vagas, distribuídas dentro da empresa para criar uma nova cultura organizacional ou modificá-la. Para auxiliar no cumprimento destes objetivos, missão e visão, apresentamos neste artigo uma forma de, através de processos bem definidos, alinhar os projetos com tais metas utilizando-se de métricas simples e direcionadas ao sucesso da empresa.

Resumo DevMan

Este artigo demonstra através de uma aplicação prática, o uso da metodologia P³, como apoio à definição dos processos necessários para a criação de um processo de Gerenciamento de Portfólio de Projetos cumprindo os critérios proposto pelo MPS.BR. Compartilhando também, os resultados obtidos pela aplicação da metodologia e as lições aprendidas para proporcionar melhor compreensão sobre os impactos da metodologia P3.

Autores: Jandira Guenka Palma, Heber A. Almeida do Nascimento e Rafael Soares Parente

Atualmente, o aumento da concorrência no mercado de projetos/serviços no ramo de Tecnologia da Informação (TI) requer que as empresas busquem cada vez mais projetos que tragam a melhor relação custo benefício, e para isto os projetos devem estar alinhados aos objetivos organizacionais e estratégicos da empresa. Porém, a definição de tais objetivos nem sempre é realizada de forma adequada, tendo apenas uma definição subjetiva sobre tais aspectos.

Para resolver tal problema entra em contexto o Gerenciamento de Portfólio de Projetos, ou seja, o gerenciamento de um conjunto de projetos, onde as informações sobre os projetos são confrontadas umas com as outras, objetivamente, buscando identificar conflitos e o alinhamento dos projetos com os objetivos organizacionais e estratégicos da empresa.

Neste contexto, apresentaremos neste artigo uma abordagem para o Gerenciamento de Portfólio de Projetos. Para isso, apresentaremos inicialmente uma breve definição sobre Gerenciamento de Portfólio de Projetos seguida de sua relação com programa MPS.BR. Feito isto, discutiremos a metodologia P³ (Planejamento de Portfólio de Projetos) e seus principais conceitos. Destacaremos também algumas lições aprendidas com o uso da metodologia.

Gerenciamento de Portfólio de Projetos

Segundo o Project Management Institute - PMI, o portfólio é uma coleção de projetos, programas (grupo de projetos relacionados entre si) e outros trabalhos correlatos, agrupados para facilitar o trabalho de gerenciamento. Um portfólio de projetos (Figura 1) pode possuir alguns itens, onde cada um destes itens é também conhecido como componentes. Estes componentes (programas, projetos) devem ser totalmente mensuráveis e priorizáveis para verificar se os mesmos atendem aos objetivos organizacionais e estratégicos definidos pela organização.

Figura1. Estrutura de um Portfólio de Projetos

O gerenciamento de portfólio consiste em duas etapas: primeiramente, avaliar, selecionar e priorizar componentes com base no alinhamento dos objetivos estratégicos e organizacionais; posteriormente, avaliar durante o ciclo de vida dos componentes se os mesmos continuam alinhados aos objetivos pelos quais foram selecionados e aprovados [SOFTEX 2011].

Em outras palavras, o portfólio pode ser compreendido como um filtro, onde somente os componentes selecionados são contemplados com os investimentos e recursos disponíveis da organização. Esses componentes devem passar por uma avaliação periódica para assegurar que seus benefícios continuam válidos, caso contrário deve-se verificar a melhor opção para substituir tal componente.

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