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Gestão de Projetos

Modelos de Maturidade na Gestão de Projetos

Modelos Existentes e uma Análise Comparativa

 

De que trata o artigo:

Neste artigo veremos o funcionamento dos principais modelos de maturidade em gerenciamento de projetos, além de uma análise comparativa, onde serão abordados aspectos como semelhanças, pontos fortes e limitações.

 

Para que serve:

Um modelo de maturidade funciona como um guia para a organização, de tal maneira que ela possa localizar onde está e como está, “espelhando-se” nele para, em seguida, realizar um plano para que ela possa chegar a algum ponto melhor do que o atual, na busca da excelência.

 

Em que situação o tema útil:

A exigência de melhoria contínua dos projetos faz com que o gerenciamento da maturidade dos projetos de uma empresa seja efetivamente implantado. Entretanto, tentar atropelar e forçar os limites da organização pode trazer grandes prejuízos. Assim, a melhor estratégia é adotar uma política passo a passo, descobrindo inicialmente o nível de maturidade da empresa, criando definições claras para os envolvidos no projeto e realizando um monitoramento do desempenho geral dos projetos, de modo a ter uma visão global de como se estava antes e a nova realidade.

 

 

Um dos assuntos que vem ganhando cada vez mais espaço na agenda de gestores e desenvolvedores de software é a maturidade organizacional, seja ela no contexto da gestão de projetos, gestão do conhecimento ou desenvolvimento de software.

Segundo visões de diversos autores, um modelo de maturidade é uma estrutura conceitual, composta por processos bem estabelecidos, através dos quais uma organização desenvolve-se de modo planejado e sistêmico a fim de atingir um estado futuro desejado. A cada degrau alcançado nessa evolução, um modelo de maturidade reconhece e sinaliza o amadurecimento progressivo da organização.

O nível de maturidade é uma maneira de prever o futuro desempenho de uma organização dentro de cada disciplina ou conjunto de disciplinas. A experiência mostra que as organizações funcionam melhor quando concentram seus esforços de melhoria de processos em um número controlado de áreas que exigem um esforço cada vez mais sofisticado à medida que a organização melhora (Kerzner, 2003).       Os modelos procuram unificar uma mesma visão, tratando a evolução da maturidade como estágios de crescimento nos quais as organizações vão evoluindo e conquistando um maior grau de maturidade.

Segundo Prado (2008), as organizações modernas, de pequeno, médio ou grande porte, devem utilizar os conceitos e modelos de maturidade para acelerar o crescimento no que diz respeito às práticas, processos e definição de responsabilidades.

Sendo a escolha do modelo de maturidade mais adequado uma tarefa crítica e trabalhosa, este artigo intenta por facilitar esta decisão através da apresentação das características de funcionamento e do resultado de uma análise comparativa realizada entre os principais modelos de maturidade em gerenciamento de projestos descritos na literatura.

Antes de iniciar a apresentação dos modelos de maturidade em gerenciamento de projetos, faz-se necessário descrever algumas características de um outro modelo, o Capability Maturity Model (CMM). Esta necessidade deve-se ao fato de alguns dos modelos que serão abordados, possuírem sua estrutura de níveis de maturidade ou estrutura de avaliação, baseada ou semelhante a ele. O CMM possui cinco níveis de maturidade (Inicial, Repetível, Definido, Gerenciado e Otimizado), onde cada nível, com exceção do primeiro, pode ser decomposto em áreas-chave de processo, objetivos e práticas. O CMM já possui seu sucessor, o Capability Maturity Model Integration (CMMI) que também foi desenvolvido pelo SEI. Enquanto o CMM possui seu foco na área de software, o CMMI, entre outras diferenças, possui maior abrangência (Sodré, Notari, 2003).

Modelos de Maturidade em Gestão de Projetos

Desenvolveram-se nos últimos anos diversos modelos de maturidade específicos para o gerenciamento de projetos, modelos estes que seguem em geral os princípios dos modelos de maturidade de qualidade, contudo tendo seu foco direcionado para as práticas gerenciais. Os modelos atualmente mais referenciados na literatura são: o Organizational Project Management Maturity Model (OPM3) (PMI, 2008); o Project Management Maturity Model (PMMM) (Crawford, 2006); o Portfolio, Programme and Project Management Maturity Model (P3M3) (OGC, 2008); o Kerzner Project Management Maturity Model (KPMMM) (Kerzner, 2005); e o Modelo de Maturidade em Gerenciamento de Projetos (MMGP) (Prado, 2008). Cada modelo citado é descrito nas proximas subseções.

Além dos cinco modelos que serão abordados em maior profundidade, existem outras iniciativas, como: o PRINCE2 Maturity Model (P2MM) (OGC, 2006) e os modelos definidos e apresentados nos trabalhos de Voivedich e Jones (2001), Branco Júnior e Belchior (2001), Kwak e Ibbs (2002) e Andersen e Jessen (2003).

 

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