BI: Mito ou Realidade? Como as empresas e suas áreas de TI tratam o “I”.
Para início de conversa existem dois grandes “I’s” no título desse artigo e como nós não queremos que o caro leitor (e a cara leitora) fiquem em dúvida sobre qual deles estamos falando, falaremos de ambos.
Inteligência e Informação, tecnologia e negócios, esses termos já estão mais do que marcados em nosso subconsciente. Porém, os dois primeiros, apesar de serem extremamente divulgados, falados, escritos, repetidos, são pouco vistos no mundo real. Quem não é o ser humano (principalmente diretores e gerentes) que nunca reclamou do nível da informação da empresa? Ou que nunca olhou para determinados números e pensou, “pra que isso aqui me serve?”.
Quando nos deparamos com esses questionamentos, sejam eles feitos por nós mesmos ou por nossos superiores (o que é bem mais comum), vemos que está faltando inteligência e informação para melhorar a visão do negócio; seja ela presente ou futura. Tecnologia, no entanto, nós nem precisamos discutir, temos isso de sobra por aí: Oracle, IBM, Cognos, Business Object, SAS, MicroStrategy, etc.
Diversas empresas subutilizam a sua massa de dados, deixando de lado uma grande chance de compreender melhor o seu negócio. Outras, por sua vez, sabem desse potencial, porém fazem mau uso do mesmo. Isso ocorre, na maioria das vezes, por pouco entenderem das tecnologias envolvidas no processo de aquisição de conhecimento ou por esperarem tirar todas as soluções para os seus problemas de dentro de um projeto de BI.
A falta de profissionais especializados na área é também um outro problema. Boa parte dos profissionais envolvidos com tecnologias de BI a interpretam apenas como ferramentas de consulta. Uma outra parte deles acessa sites através do google ou lê algum livro e pensa conhecer tudo o que envolve o processo de BI. Ser autodidata é algo louvável, mas nem sempre isto é a melhor opção para uma empresa. Vejamos a Figura 1.
Figura 1 – Etapas do BI de Sucesso
É muito provável que os leitores conheçam algumas dessas etapas vistas acima. Mas eu me arrisco a perguntar: “quantos de vocês já viram todas elas implementadas em um projeto de BI?”
Todas as vezes que um projeto de BI se inicia e as fases que fazem parte dele não são implementadas ambos os “I’s” ficam comprometidos: a inteligência que deveria ser gerada não existe e a informação que poderia ser crucial na montagem de uma estratégia empresarial torna-se incompleta e, não raro, obsoleta.
Por diversas vezes encontrei gerentes e diretores desiludidos com suas estruturas de BI. Muitos desistem de acessar os dados por serem incompletos, outros porque estes dados não refletem a real necessidade do negócio.
Vamos ser radicais: o coração do planejamento estratégico da empresa são as informações! E quem fornece essas informações, ou seja, os responsáveis por disponibilizar essas informações é a equipe de TI da empresa. Cada caso de insucesso provocado por um mau gerenciamento das informações é uma mancha contra a TI. É comum vermos o departamento de informática ser, em diversos casos, apontado como o principal causador de problemas. E aqui vou repassar uma dica _ seja para profissionais técnicos ou gerencias_ “A forma como a informação é coletada, gerenciada e utilizada irá determinar os vencedores dos perdedores”. Essa frase foi dita por Bill Gates, e eu considero que ele é um caso de sucesso profissional do qual podemos escutar um conselho.
Um projeto de BI para ter sucesso precisa de pró-atividade da empresa como um todo e não apenas da equipe de um determinado departamento.
Cada etapa da Figura 1 é necessária para encontrarmos a inteligência e a informação necessária ao negócio.
BI, como descrevemos e mostramos não é apenas um mito como muitos dirão, afinal, irão encontrar diversos problemas para justificar as falhas de seus projetos (e eu também tenho as minhas). Porém, estamos cercados de bons resultados onde se acreditou em um projeto como esse e se trabalhou buscando resultados competitivos. O BI é uma realidade! É uma realidade cada vez mais forte no dia-a-dia de cada profissional, seja técnico, seja operacional ou gerencial. As informações estão disponíveis. Cabe a cada bom profissional saber mostrá-la e utilizá-la. Sendo uma realidade, devemos abandonar velhos mitos e criar cada vez mais casos de sucesso!
É isso ai, pessoal, nos vemos na próxima coluna.
Vander Emiro Muniz
www.triscal.com.br
