Atualmente existe uma infinidade de linguagens de programação no mercado, mas nada tão resistente ao tempo e aos avanços tecnológicos como o COBOL. Esse nome na realidade é uma sigla, COmmon Business Oriented Language (Linguagem Orientada a Negócios). Foi criada no ano de 1959, durante uma conferência, entre o governo americano e algumas empresas de tecnologia de ponta, para a época.
A necessidade de ter um maior controle dos negócios, fez com que o comitê formado por IBM, RCA e Sylvania Eletric Products, implementassem até o final de 1959, a linguagem COBOL. Baseada em duas outras linguagens não tão conhecidas, FLOW-MATIC e COMTRAN, foi versionada em COBOL 60, 61, 85 e COBOL2002 que foi remodelada usando tecnologia de orientação a objeto.
Recentemente, surgiu uma versão multiplataforma, Visual COBOL R3. Com essa portabilidade, programar em linguagem COBOL passou ser tarefa realizável em plataformas Windows, .NET, UNIX, Linux, JVM e em Cloud. Facilitou em muito o trabalho dos programadores voltados a área corporativa, dando maior flexibilidade na criação e manutenção de sistemas Mainframes.
Especificando a questão do uso do COBOL em uma JVM, temos plugins no mercado que nos dá a possibilidade de programar nessa linguagem, integrado ao ambiente JAVA. Existem algumas empresas que trabalham especificamente nesse ambiente. Em uma pesquisa recente, localizei a Metrixware, empresa francesa dedicada a negócios no setor bancário e de seguros. Criada em 1995, se localiza na França, especificamente em Paris. Possui toda uma estrutura para atender tem necessidade do uso de mainframe, oferecendo serviços de plugins integrados ao Eclipse, denominado COBOS.
Na América do Sul, a Metrixware ainda não possui nenhum trabalho realizado com seu produto. Portanto, a FATEC Zona Leste, será pioneira na implantação e utilização do COBOS, o que tornaria a faculdade um ícone, quanto ao aprendizado em um sistema Mainframe. Esse pacote de plugins dá ao usuário/programador familiarizado com a IDE do Eclipse, a possibilidade de desenvolvimento de programas dedicados a Mainframe z/Unix. O COBOS oferece a vantagem, também de possibilitar a utilização de codificação COBOL, em todos as versões. O compilador utiliza o chek-syntax que é baseado no open-cobol e aproxima-se de Cobol-It um multitarget ( Mainframe IBM, Bull, Unix e também Windows).

Além do COBOL, a de se comentar a respeito das linguagens específicas de Mainframe, JCL (Jog Control Language) e REXX (REstructured eXtended eXecutor). São linguagens de script que instrui sistemas operacionais de mainframe da IBM. A linguagem REXX é uma linguagem de alto nível estruturada e interpretada. REXX é amplamente utilizado como linguagem macro, e é frequentemente usada para o processamento de dados e de texto e gerar relatórios. Quanto a linguagem JCL é uma linguagem de script utilizado em sistemas operacionais de Mainframe da IBM para instruir o sistema sobre como executar um trabalho em lotes ou iniciar um subsistema. Pode-se ver alguns exemplos de códigos neste link: http://en.wikipedia.org/wiki/REXX#Conditionals.
Aqui um exemplo: na Listagem 1 temos um laço em JCL, onde o a palavra stem trabalha como se fosse um vetor, isto por que REXX não tem nenhum suporte direto para arrays de variáveis abordadas por um índice numérico.
do i = 1 to 10
stem.i = 10 - i
end

Há dois JCLs IBM: uma para o Sistema Operacional DOS/360 e cujo mais recente membro é z / VSE, e outro para o Sistema Operacional OS/360 do membro z / OS. Eles compartilham algumas regras de sintaxe básicas e alguns conceitos básicos. Uma linguagem não muito fácil de ser lida, requer como boa prática, muitos comentários, pelo que se nota marcados pelos asteriscos.
Interessante saber que o COBOL apesar de uma linguagem antiga, é amplamente utilizada. E hoje, principalmente no Brasil, há uma escassez de profissionais na área. Portanto, ter como treinar a linguagem torna-se fundamental para a formação.

A longevidade do COBOL
O COBOL é uma das linguagens de programação mais antigas que ainda está em uso intensivo, sua longevidade está ligada à sua especialização, a linguagem foi criada para aplicações de negócios, com uma sintaxe que facilita o processamento de grandes volumes de dados financeiros e administrativos. Essa especialização faz com que sistemas críticos, como os de bancos, seguradoras e governo, tenham sido construídos sob medida para suas necessidades.
Outro ponto importante é o custo e o risco de migração. Substituir sistemas COBOL por novos sistemas modernos implica em refazer milhares (ou milhões) de linhas de código, testar exaustivamente, migrar dados, e garantir que nada será perdido no processo. Muitas organizações optam por manter seus sistemas legados funcionando e investir em integração ao invés de substituição total.
Além disso, a estabilidade e a performance dos sistemas COBOL são difíceis de igualar em outras linguagens para certas tarefas, especialmente quando o volume de dados é muito grande e as operações precisam ser extremamente confiáveis.
A linguagem continua sendo amplamente utilizada nos dias atuais, especialmente em setores críticos como o financeiro, governamental e de seguros.
Desafios e Modernização
Um dos principais desafios atuais é a escassez de programadores especializados. Com a aposentadoria de muitos profissionais experientes, há uma crescente demanda por novos desenvolvedores capacitados na linguagem. Para enfrentar isso, iniciativas educacionais e programas de treinamento estão sendo implementados para formar novos profissionais.
Além disso, esforços de modernização estão em andamento para integrar COBOL com tecnologias mais recentes, como Java e Python, utilizando ferramentas baseadas em inteligência artificial para facilitar a transição e garantir a continuidade dos serviços essenciais.
Perspectivas Futuras
Embora existam projetos para substituir sistemas COBOL por soluções mais modernas, a complexidade e o custo envolvidos tornam essa transição desafiadora. Portanto, é provável que COBOL continue desempenhando um papel crucial em sistemas críticos por muitos anos, coexistindo com novas tecnologias em um modelo híbrido. Veja abaixo perspectivas sobre a linguagem:
- Continuidade em Sistemas Legados Críticos;
- Modernização e Integração com Tecnologias Atuais;
- Uso de Ferramentas Baseadas em Inteligência Artificial;
- Formação e Treinamento de Programadores;
- Possível Declínio Gradual, mas com Longevidade;
Como a IA pode ser usada junto ao COBOL
É totalmente possível e cada vez mais comum a utilização de Inteligência Artificial junto ao COBOL, especialmente para modernizar, otimizar e integrar sistemas legados que ainda dependem dessa linguagem. Veja algumas maneiras desta integração na prática:
Automatização da Manutenção e Migração de Código
Ferramentas de IA podem analisar grandes bases de código COBOL para identificar padrões, bugs, duplicidades e potenciais melhorias.
Modernização e Integração Inteligente
A IA pode ajudar a conectar sistemas COBOL legados com plataformas modernas, como sistemas baseados em nuvem ou microsserviços, gerando APIs automaticamente ou adaptando chamadas entre sistemas.
Assistência ao Programador
Modelos de linguagem avançados podem auxiliar programadores COBOL, oferecendo sugestões de código, explicando trechos legados complexos, documentando funções automaticamente e até gerando trechos de código para acelerar o desenvolvimento.
Detecção de Anomalias e Segurança
Algoritmos de IA podem monitorar sistemas COBOL em produção para detectar anomalias, riscos de segurança, ou falhas, permitindo respostas mais rápidas e manutenção preditiva.
Otimização de Processos de Negócio
Integrando sistemas COBOL com IA de análise de dados, é possível extrair insights valiosos e otimizar processos administrativos, financeiros e operacionais que rodem sobre essas plataformas.
Conclusão
A integração da Inteligência Artificial com sistemas legados desenvolvidos em COBOL representa uma solução estratégica para os desafios enfrentados por muitas organizações que dependem dessa linguagem histórica.
Dessa forma, a colaboração entre IA e COBOL reforça a relevância contínua dessa linguagem em um cenário tecnológico em constante transformação, garantindo que sistemas críticos sigam funcionando de forma confiável e atualizada.
Consultas efetuadas: A Empresa Metrixware. Colaboradores, Sr. Alexis Duchêne (Depto de Markenting) e ao Sr. Michael Muller (Depto Vendas Internacional).
Bibliografia Eletrônica: