Criando aplicativos Android com Banco de Dados: Este artigo demonstra como um aplicativo para o sistema operacional Android pode armazenar e consultar informações em um banco de dados. Para tanto, é utilizado o SQLite, existente em qualquer dispositivo com o Android instalado. Como prática, é apresentada a criação de um aplicativo de lista de compras, com seus itens armazenados em uma tabela do referido banco de dados.

Em que situação o tema útil: Programadores Java que visam desenvolver aplicativos móveis para o Android podem se beneficiar imediatamente do uso do SQLite em seus programas, pois se trata de um banco de dados existente em qualquer instalação do sistema operacional móvel do Google. A criação de programas que utilizem este banco é facilitada por um conjunto poderoso de classes existentes no Android SDK, que dão ao desenvolvedor amplo controle sobre o armazenamento dos dados.

Você já deve ter notado que o Android, sistema operacional móvel desenvolvido pelo Google em parceria com diversos fabricantes de smartphones e tablets membros da Open Handset Alliance, tornou-se, indiscutivelmente, o líder do mercado.

Na Figura 1 podem ser observados dados do StatCounter (veja o endereço na seção Links) de Julho de 2013 que apontam o Android como o sistema operacional de 38.34% dos dispositivos analisados, contra 24.79% do segundo colocado (iOS) e 14.38% do terceiro (Series 40, uma plataforma de software – e não necessariamente um SO móvel – usada em diversos aparelhos de baixo custo da Nokia).

Vale lembrar que os dados do StatCounter são obtidos com base nas informações de navegação dos aparelhos e que, ao desconsiderar o Series 40, a participação do Android aumenta proporcionalmente.

Gráfico de popularidade dos sistemas operacionais móveis – StatCounter

Figura 1. Gráfico de popularidade dos sistemas operacionais móveis – StatCounter.

Essa liderança ocorreu por várias razões, sendo as descritas a seguir algumas delas:

  • O Android foi criado com base no kernel (núcleo) do Linux, e consequentemente herdou deste a filosofia de código-fonte aberto e livre distribuição (uma prática comumente adotada pelo Google em vários de seus outros produtos). Isso facilitou com que o mesmo fosse rapidamente adotado por diversos fabricantes, sendo instalado em vários modelos de aparelhos, dos mais simples aos mais sofisticados, tornando-se viável a “vários bolsos”;
  • A qualidade do sistema operacional é inegável: interface elegante, enxuta e intuitiva, aliada a uma fluidez de uso que atrai qualquer tipo de usuário, até mesmo aqueles que insistiam em dizer que “só usavam celular para realizar chamadas”. Esses fatores, junto da estabilidade e segurança recebidas como herança do Linux, fizeram o sistema do robô verde cair nas graças do público;
  • Apesar de jovem (foi lançado oficialmente em setembro de 2008), já conta com uma imensa quantidade de aplicativos disponíveis. A rápida migração de desenvolvedores para o Android foi, com certeza, possibilitada pela linguagem de programação escolhida para criação de aplicações nativas para a plataforma: Java!

O kit de desenvolvimento necessário para criar aplicativos Android está disponível livremente para qualquer interessado – basta baixá-lo no site oficial.

Ao descompactar o pacote, os programadores Java se sentirão “em casa” logo de cara. Afinal de contas, a ferramenta de desenvolvimento inclusa, o Eclipse, é um velho conhecido dos usuários da linguagem.

Também não se pode negar que os engenheiros do Google capricharam nos recursos existentes para os desenvolvedores no Android SDK: classes para as mais diversas finalidades foram disponibilizadas, tudo acompanhado de uma extensa e detalhada documentação. Basta, então, que o programador Java se familiarize com as características básicas do Android SDK e suas classes específicas. No meio de tudo isso, reutilizará boa parte do conhecimento de Java essencial acumulado ao longo dos anos. E muita gente já aproveitou essa excelente oportunidade: estima-se que hoje existam mais 1.000.000 de aplicativos disponíveis para o Android na Google Play Store.

Uma das escolhas certeiras do Google ao elaborar o Android SDK, foi embutir o pequeno (mas poderoso) banco de dados SQLite no sistema operacional. Com ele, os desenvolvedores podem armazenar dados no aparelho de maneira rápida e eficiente, sem nenhuma necessidade de bibliotecas adicionais, pois existem classes específicas dentro do Android SDK para uso direto do SQLite.

Para quem não conhece o SQLite, o seu nome pode soar um pouco desanimador. Afinal de contas, a palavra “lite” sempre dá a ideia de algo reduzido, menor, mais limitado. Isso realmente pode se aplicar ao SQLite em virtude do fato de ele ser realmente pequeno em tamanho e quantidade de memória que ocupa, mas não em relação a sua capacidade e desempenho. Dê uma olhada nos dados a seguir, existentes no site oficial do SQLite:

  • Seu tamanho total, quando usado sem recursos opcionais, pode ficar abaixo dos 300 KB;
  • A quantidade de espaço em memória para alocação dinâmica de dados (seu heap) fica em torno de 100 KB;
  • Suporta bancos de dados na casa dos Terabytes de tamanho (o fator de limite acaba sendo o espaço em disco ou o máximo gerenciável pelo SO);
  • É muito rápido: nos testes realizados foi capaz de executar 100 consultas (SELECTs) não indexadas em cerca de 2,5 segundos e fazer 25.000 inclusões (INSERTs) dentro de um bloco de transações em menos de 1 segundo. Só para comparar, neste mesmo teste, usando a mesma máquina, o MySQL (famoso por sua rapidez, só que bem mais exigente em recursos computacionais que o SQLite) precisou de 2,76 e 2,18 segundos, respectivamente.
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