Artigo do tipo Exemplos Práticos

Porque este artigo é útil
Este artigo tem como objetivo apresentar algumas das principais funcionalidades disponíveis no Maven e como ele pode ser empregado no desenvolvimento de software. Esta poderosa ferramenta auxilia na configuração do projeto (através do uso de archetypes), na construção (executando o empacotamento, validação e testes) e na manutenção (gerando as bibliotecas nos repositórios que poderão ser utilizadas por outros projetos, versionando e integrando o projeto a outras ferramentas). Este artigo é direcionado àqueles que já utilizam ou utilizaram o Maven e têm uma noção do que ele pode fazer. Conhecer melhor os fundamentos do Maven ajudará você a empregar melhor suas funcionalidades e economizará o tempo gasto com tarefas corriqueiras de fechamento de pacotes, atualização de bibliotecas e configuração do ambiente para novos desenvolvedores.

Um dos principais desafios no desenvolvimento de software é o seu empacotamento. Não é fácil definir uma forma de gerar os artefatos do projeto corretamente, que funcione para todos os desenvolvedores e ainda reutilize tanto bibliotecas externas quanto as geradas por projetos internos da organização. Para poder reutilizar as bibliotecas, por exemplo, é preciso criar um repositório remoto em que todos tenham acesso, permitindo também que os projetos atualizem este local. Realizar configurações como essas é uma tarefa árdua sem o uso de ferramentas. No entanto, com o Maven, tudo isso pode ser resolvido com poucas configurações.

Ao analisar um projeto de pequeno porte, com poucas dependências externas e uma equipe pequena, o empacotamento é facilmente executado de forma manual. Mas dependendo da complexidade e tamanho do projeto, o empacotamento manual pode ser inviável. Nestes casos são utilizadas ferramentas de empacotamento automático, como Maven ou Ant.

Estas ferramentas possibilitam que todos os desenvolvedores gerem os artefatos do projeto, seja ele simples ou complexo, de forma fácil e correta. Ao gerar artefatos com o Ant, no entanto, é comum encontrar dificuldades para gerenciar as dependências do projeto e também os artefatos criados. Essa dificuldade se dá por causa da quantidade de scripts Ant criados pelo desenvolvedor, sua manutenção, que nem sempre é fácil, e a baixa reusabilidade destes em outros projetos. Por estes motivos abordaremos neste artigo o Maven, que se tornou padrão de mercado e é adotado na grande maioria dos projetos.

Objetivo e suas funcionalidades

O principal objetivo do Maven é facilitar e uniformizar todas as fases de construção de um projeto. Para que o Maven alcance esta meta, ele utiliza o conceito de repositórios, que podem ser de dois tipos: remotos e locais. Os repositórios remotos ficam em um servidor web e centralizam todas as bibliotecas Java, sejam elas bibliotecas open source utilizadas como dependências ou artefatos dos próprios projetos da empresa, que por sua vez podem ser utilizados como dependências de outros projetos. Já o repositório local é, basicamente, uma pasta na máquina do desenvolvedor onde são gravadas as bibliotecas que este precisa ter para construir seus projetos. As bibliotecas disponíveis neste repositório são copiadas do repositório remoto. Esta cópia é executada automaticamente quando o projeto que necessita da biblioteca é construído pela primeira vez.

Na fase de construção do projeto, o Maven fornece ferramentas para empacotamento, testes, versionamento e integração com outras ferramentas, como Jenkins e SonarQube.

Para configurar um projeto com o Maven, utilizamos um arquivo chamado pom.xml. Este tem formato XML e deve ser criado na pasta raiz do projeto. Toda configuração é feita neste arquivo e todas as fases da construção são realizadas com a execução de plug-ins, que serão empregados para testar seu projeto, compilá-lo, empacotá-lo, integrá-lo a outras ferramentas, dentre diversas outras funcionalidades. Na teoria, como é possível que nós mesmos construamos plug-ins, não há limite para o que se pode fazer com o projeto. Ademais, também é no pom.xml que são declaradas as dependências e algumas informações do projeto, como nome, descrição, versão e desenvolvedores.

Dentre as principais vantagens do uso do Maven para construção e integração de projetos, pode-se citar:

· Existência de plug-ins para as principais IDEs: Eclipse e NetBeans;

· Configuração inicial do projeto com o uso de boas práticas e sem a necessidade de codificação;

· Ao criar um projeto Maven utilizando archetypes (templates), automaticamente são criadas pastas com arquivos, classes com exemplos de código e o pom.xml já previamente configurado;

· Uso do repositório Maven Central para gerenciamento das bibliotecas open source;

· Uso do repositório local, permitindo que a mesma biblioteca seja utilizada por qualquer projeto configurado na máquina;

· Possibilidade de criação de repositórios próprios para o gerenciamento de bibliotecas internas, facilitando a reutilização destas nos projetos;

· Possibilidade de usar tarefas Ant para o deployment, facilitando a reutilização do legado;

· Gerenciamento de bibliotecas e versionamento com pouca ou nenhuma configuração adicional.

Instalação e configuração

Para que os projetos possam ser construídos com o auxílio do Maven, é preciso tê-lo instalado. Para isto, teremos que baixar o arquivo compactado com o binário do Maven, descompactar este arquivo em uma pasta e configurar as variáveis de ambiente necessárias.

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