De que se trata o artigo:

Neste artigo trataremos de um assunto que para alguns é um tanto “obscuro”, temido, a instalação via compilação do código fonte, mais precisamente do banco de dados open source PostgreSQL. Além de também fazer configurações de bibliotecas do Postgres, seus manuais e sua documentação HTML.


Em que situação o tema é útil:

A cada versão lançada o PostgreSQL traz novos recursos e melhorias diversas mas, nos repositórios de instalação de pacotes das distribuições Linux essa versão do SGBD vai demorar um tempo para estar disponível.

Fazer a instalação por compilação do código fonte nos permite fazer uso da versão mais atual (seja ela estável, beta ou mesmo alpha). Além do mais, podemos fazer personalizações de acordo com nossas necessidades.

Resumo DevMan:

Seja o PostgreSQL ou qualquer outro software livre, cujo código fonte é aberto, podemos fazer sua instalação por compilação. No caso deste fantástico SGBD, podemos adicionar ou suprimir recursos que se fazem ou não necessários, ou seja, o personalizamos de acordo com nosso gosto ou necessidade, tais como linguagens procedurais, diretórios da instalação e outras opções. Apesar de ser mais trabalhosa, uma instalação a partir da compilação do código fonte traz vantagens. Vantagens essas que justificam o esforço.

O PostgreSQL é um SGBD objeto-relacional que tem mais de 15 anos de desenvolvimento ativo. É um banco de dados open source (de código fonte aberto) extremamente competitivo com os SGBDs proprietários. Neste artigo, vamos explorar algumas das vantagens de se ter o código fonte aberto para podermos fazer a instalação por compilação.

É melhor instalar o PostgreSQL via gerenciador de pacotes ou via compilação do código-fonte? Na verdade, esse não é um questionamento exclusivo para o PostgreSQL, mas sim para qualquer aplicativo de código fonte aberto para Linux e/ou outros sistemas operacionais “Unix like”. De uma maneira resumida, é possível dizer que instalar por um gerenciador de pacotes como o aptititude (Debian) ou o yum (Red Hat) é muito mais rápido e prático, no entanto, instalar por compilação dá maior controle e flexibilidade para o administrador do sistema.

Vale lembrar também que instalar por compilação é o primeiro passo para tuning (ajuste fino de configurações para aumento de desempenho) do PostgreSQL. Ou seja, se quiser ter um elefante correndo veloz em seu servidor, é aconselhável compilá-lo primeiro. No entanto, práticas de tuning estão fora do escopo deste artigo. Vamos focar na instalação, configurações de manuais e bibliotecas e migração de dados pré-existentes em uma versão mais antiga.

Para o desenvolvimento deste artigo (execução das atividades de instalação e configuração do PostgreSQL), no laboratório de testes foram escolhidas duas distribuições. A primeira delas, a distribuição Debian, que é a favorita da comunidade de software livre, base para outras distribuições, tais como o Ubuntu. A outra distribuição escolhida foi o CentOS, que é uma reconstrução livre 100% compatível com o RedHat, que por sua vez é a distribuição corporativa mais utilizada. Por coincidência, tanto o Debian quanto o CentOS estão na mesma versão, a 6.0. Quando houver diferença no procedimento entre as distribuições será mostrado como proceder em cada uma.

Com isso, objetivamos também flexibilizar o trabalho de um administrador de banco de dados PostgreSQL no nível de infraestrutura do sistema.

A partir de agora veremos como fazer a instalação do PostgreSQL a partir da compilação de seu código fonte, parâmetros extras de configuração, migração de uma base de uma versão mais antiga para a versão mais nova compilada, configuração de bibliotecas, manuais e documentação HTML.

Padrões

Cada comando exibido neste artigo será precedido por “#” (sustenido), o que significa que o comando deve ser executado como o usuário root. Ou precedido por “$” (cifrão), que por sua vez significa que o comando pode ser executado por um usuário ordinário. Os caracteres “#” ou “$” não devem ser digitados na linha de comando.

Há casos em que o caractere “#” (sustenido) é usado como comentário dentro de arquivos de texto. Esse deve ser copiado.

Instalação via pacotes vs Instalação pelo código fonte

O que é melhor? Instalar o Postgres via pacote ou por compilação?

Tal questionamento não tem uma resposta exata, pois depende do que se pretende fazer.

Para casos que não se pretende fazer tuning, cujo desempenho é satisfatório o suficiente, instalar via pacote é uma boa solução.

Quando há necessidade de fazer personalizações, ter a última versão e / ou obter maior desempenho é recomendável fazer a compilação e instalar a partir dela.

Resumindo, para tarefas triviais, que não exigem desempenho e nem personalizações utilizar instalação via pacotes. Para quem quer ter maior controle e flexibilidade e consequentemente poder tirar o máximo de desempenho do SGBD a solução melhor é compilar.

Instalar por pacotes é extremamente simples. Como usuário root do sistema Debian você deve executar o seguinte comando:

# aptitude install postgresql 

(Versão atual de repositório: 8.4.8)

Já no sistema CentOS você deve proceder da seguinte maneira:

# yum install postgresql-server 

(Versão atual de repositório: 8.4.7)

Os comandos acima servem apenas para demonstração. Perceba que a instalação via pacotes é extremamente simples. Utilizando essa abordagem, temos algumas vantagens e desvantagens, apresentadas na Tabela 1.

Prós

Contras

ñ Rápida;

ñ Simples;

ñ Resolução automática de dependências;

ñ Pouca flexibilidade;

ñ Binários “genéricos”, não aproveitam todo o poder do processador da máquina local, pois foram compilados para rodar em qualquer máquina;

ñ O administrador fica amarrado à(s) versão(ões) que está(ão) no repositório.

Tabela 1. Prós e contras da instalação via pacotes.

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