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Sobre o autor:


Daniel Fonseca Reis – danieeel@globo.com

Cargo atual: Desenvolvedor .NET

 

Formação Acadêmica:


- Graduando em Administração de Empresas (Instituto Metodista Izabela Hendrix),

- Estudante de Sistemas para Internet (Faculdade de Tecnologia INED),

- Técnico em Informática Gerencial (Colégio COTEMIG),

- Recém formado no programa Microsoft Student to Businness (S2B) – Turma DEV.

 

 

Escrevo este artigo com o objetivo de mostrar em quais maneiras o software livre poderá ser útil nas micro e pequenas empresas, bem como as maneiras como o software livre está ganhando espaço e repercutindo cada vez mais no comércio de informática e perante os órgãos governamentais. O software livre está se desenvolvendo principalmente na característica facilidade, conquistando usuários não experientes em informática. Neste artigo são expostos os motivos pelo quais as micro e pequenas empresas devem estar atentas a esta idéia, e como podem beneficiar-se muito com ela.


O Software Livre

O software livre foi proposto por Richard Matthew Stallman, que adiciona a liberdade dos usuários de executarem, copiarem, distribuírem, estudarem, modificarem e aperfeiçoarem o software. O software é livre se segue às quatro liberdades:

• Liberdade nº 0: A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito.

• Liberdade nº 1: A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para as suas necessidades sem a necessidade de autorização do autor ou distribuidor do software.

• Liberdade nº 2: A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao seu próximo.

• Liberdade nº 3: A liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie dele.

Para que a 1º e 3ª liberdade possam acontecer, evidentemente é necessário ter acesso ao código fonte do programa. O software sendo livre, não significa de seja gratuito, e é válido considerar que o preço não precisa estar embutido apenas no produto em si, uma vez que se pode cobrar por uma modificação do software (manutenção) ou sua distribuição. O software livre tornou-se nos últimos anos uma alternativa econômica e financeiramente viável ao modelo atual de licenciamento de software.

Um software livre não possui proprietários, e todos que decidem usar um software livre devem seguir suas regras na qual um software livre não pode deixar de ser livre, ou seja, não deve haver proibições que possam ir contra os princípios deste produto.

Pessoas de todo o mundo podem auxiliar no desenvolvimento de diversos aplicativos os quais permitam a criação de ferramentas para atender as mais diversas aplicações dentro da informática.

O GNU/Linux tecnicamente falando é o kernel e foi produzido por Linus Torvalds (do Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Helsinki, Finlândia), com a ajuda de vários programadores voluntários através da Internet.

Linus Torvalds iniciou o kernel como um projeto particular que foi inspirado no Minix, um pequeno sistema UNIX desenvolvido por Andy Tannenbaum. Ele se limitou a criar, em suas próprias palavras, "um Minix melhor que o Minix". Depois de algum tempo de trabalho em seu projeto percebeu que não conseguiria avançar muito no seu desenvolvimento sozinho. Pensou então que uma comunidade de desenvolvedores daria mais resultado, assim em outubro de 1991, lançou na internet o convite para que programadores de todo mundo participassem coletivamente no desenvolvimento de um sistema operacional que pudesse ser adaptado às necessidades comuns de todos.

Juntamente com a mensagem, Linus Torvalds liberou o código fonte do programa que começara a desenvolver e em troca as pessoas interessadas deveriam fazer o mesmo. Foi o primeiro contato do mundo com o chamado “software livre”. Essa atitude chamou a atenção de muitos programadores do mundo inteiro que responderam positivamente fazendo com que o Linux crescesse rapidamente, usando a internet como meio de comunicação para auxiliar no seu desenvolvimento.

O Software Proprietário

O software proprietário não vem com o código-fonte, não pode ser redistribuído de forma alguma e seu uso geralmente pode ser limitado a um computador. Os softwares proprietários são de alguma maneira (nem sempre eficientemente), impedidos de serem usados ou redistribuídos sem a permissão do proprietário. Deve-se solicitar permissão ao mesmo, ou pagar para poder fazê-lo.

Quando o computador tornou-se viável como um produto para as empresas, as pesquisas em desenvolvimento de novas soluções cresceram, e muitas empresas de desenvolvimento de software adotaram como estratégia comercial de não-divulgação dos códigos-fonte dos programas. As empresas vendiam seus softwares, mas não cedia o seu código-fonte, tendo o mesmo como segredo de negócio restrito a elas, criando barreiras de entrada para novas empresas no mercado.

O usuário só recebia um executável. O que possibilitava a sua utilização, mas não mais permitia o estudo e a modificação conforme a necessidade do usuário do software. Os softwares vendidos possuíam licenças que impunham diversas restrições aos usuários como a impossibilidade de modificar o programa conforme sua necessidade, a proibição de fazer cópias desses programas, e muito menos distribuir essas cópias.

Alguns programas só poderiam ser utilizados para fins específicos. O usuário podia comprar uma licença de uso, que permitia o uso daquele programa em apenas uma determinada quantia de computadores.

O resultado de tantas restrições fez com que o usuário perdesse o total controle do software instalado em seu computador.

O Software Proprietário nas Empresas

Poucas empresas adquirirem máquinas de grandes empresas como IBM, HP, etc, que já vêm com software proprietário legalmente pré-instalado. É mais comum micro e pequenas empresas adquirirem máquinas que são montadas por vendedores em que o software instalado não é um software proprietário licenciado. Pior ainda, alguns empresários até desconhecem que alguns softwares precisam de licença.

Estes empresários se esquecem que esses softwares são considerados um produto, portanto, é necessário dispor com os custos de aquisição. Essas licenças quando adquiridas legalmente limitam o software a apenas a um número determinado de máquinas. Se houver a necessidade de que quantidade de máquinas que usam um determinado software proprietário seja ampliada, haverá também a necessidade de se adquirir mais licenças, resultando em mais custos.

O dinheiro investido nas licenças de softwares proprietários poderia ser usado para investir na própria empresa. Uma vez que o ângulo financeiro de uma micro e pequena empresa é instável, e uma diminuição de gastos é essencial para esse tipo de empreendimento.

Quando uma empresa adquire um software proprietário ela fica presa à empresa que o desenvolveu, porque o software que ela adquiriu com o passar do tempo vai precisar ser atualizado, e somente a empresa desenvolvedora poderá fornece atualizações, sendo que esta pode cobrar pelas atualizações. Gerando assim mais custos e eventualmente pode haver incompatibilidades com versões antigas.

O Software Livre nas Micro e Pequenas Empresas

O software livre já alcançou a maturidade técnica e praticidade para ser usado em desktops de micro e pequenas empresas. A combinação Linux e OpenOffice já pode substituir o Windows e Office, basta apenas um pouco de treinamento para se acostumar com a ferramenta. O OpenOffice ainda oferece compatibilidade com os principais arquivos do Office da Microsoft.

No requisito de facilidade de uso o software livre está se igualando. Já existem distribuições Linux, (ex: Mandriva, Kurumin, Ubuntu, etc.), que qualquer pessoa que seja capaz de instalar e configurar o Windows, também seja capaz de instalar e configurar essas distribuições.

Os sistemas de comerciais (que estão presente na maioria das micro e pequenas empresas) desenvolvidos em Delphi e Interbase, podem ser perfeitamente substituídos por outras tecnologias, como Java e PostGreSQL.

O suporte técnico de um software livre é eficiente e gratuito, devido a inúmeros sites espalhados pela internet contendo artigos, manuais, fóruns, comunidades, etc. Com isso, irá beneficiar pessoas que não tenham condição de dispor de um suporte técnico, e poderão com o passar do tempo, aprender com os usuários mais experientes a dar suporte a si mesmas.

Dessa forma, ocorrerá a troca de conhecimento entre os usuários, que mutuamente trocarão experiências e conhecimentos.

Resistência ao Software Livre

Um dos fatores que cria resistência ao Linux é a compatibilidade com o hardware já disponível, sendo que alguns hardwares foram desenvolvidos especificamente para determinadas plataforma, como por exemplo, os WinModems. Algumas boas empresas de hardware já oferecem drivers de seus produtos para o Linux, uma vez que já perceberam que seus produtos devem ser compatíveis com o ele, pois se tornou requisito de mercado.

O software proprietário conquistou os usuários leigos em informática por sua simplicidade, facilidade, desempenho compensável, e instalação/configuração (na maioria dos casos) facilmente realizados. Esses usuários não estão interessados em saber como sistema funciona. A maioria das pessoas que trabalham ou possuem uma pequena empresa estão praticamente “automatizados” para a plataforma proprietária. Esse fato ocorre porque esses usuários foram treinados nessa plataforma desde o início de sua convivência com a informática. A mudança de plataforma nem sempre é bem aceitas pelas pessoas e leva um tempo para os usuários se adaptarem.  

            A fiscalização inexistente para micro e pequenas empresas no Brasil permite que não se tenha qualquer preocupação em legalizar os softwares proprietários (SILVA, 2006). A fiscalização poderia orientar os empresários de micro e pequenas empresas sobre as restrições do software livre ou proprietário no momento que a empresa começar a funcionar. Permitindo que os empresários tenham conhecimento de suas possibilidades de software que sua empresa poderá ter.

Conclusão

O software livre já está pronto para as micro e pequenas empresas, uma vez que a redução de custos não é a única vantagem que se obter com software livre. Têm se em alta os fatores de qualidade, segurança e independência tecnológica de fornecedor. O usuário ou cliente irá apenas pagar pelo serviço prestado somente apenas quando for necessário.

Sendo assim, o software livre é uma inovação que abrange cada vez mais o mercado de trabalho, e deve ser reconhecido com um auxílio para pequenas e médias empresas. E para isso é necessário que empreendedores e técnicos de informática desvendem as vantagens do software livre e desmistificando os fatores que vão contra a sua aceitação.