Qual a diferença entre CPM (Corporate Performance Management), EPM (Enterprise Performance Management) e BPM (Business Performance Management)? Será que há muita diferença entre estas siglas? Ou será que apenas são siglas diferentes para o mesmo conceito?

Bem, vamos voltar um pouco ao período entre 1997 e 2000, onde aconteceu um boom tecnológico: o surgimento dos ERP's (Enterprise Resource Planning)[1].

A maioria das empresas que adquiriram o ERP, imaginava que com ele a geração de relatórios seria muito mais fácil. Ledo engano. Afinal, por mais que se vendera que o ERP poderia ser também uma ferramenta analítica, ele ainda continuava a ser apenas transacional.

As empresas de ERP's ofereciam soluções de geração de relatórios pouco vantajosas. Estas soluções acessavam os dados para a geração dos relatórios diretamente na base transacional. Não havia um DW (Data Warehouse)[2] interfaceando o transacional com estas soluções.

Continuava então a lacuna na necessidade de informações consolidadas, mesmo com o surgimento do ERP.

Por isso nesta mesma época, o BI se consolida. Afinal, uma maneira de obter relatórios mais rápidos e confiáveis com o uso de um DW é implementada. Mas, como nem tudo é tão simples, surge o problema do aparecimento de ilhas de informação.

Passa-se o tempo, e uma nova necessidade é levantada: alinhar o BI à estratégia da empresa. E um termo começa a fazer fama entre os estudiosos e interessados em organizações orientadas para a estratégia.

Existem autores que defendem que tudo começou com o nome de BPM (Business Performance Management), em 1998 pelo Meta Group. Outros que o assunto foi introduzido ao mercado com o termo CPM (Corporate Performance Management) em 2001, pelo Gartner. Mas, resumindo, o que realmente aconteceu foi que o Meta Group implementou o conceito em 1998. Logo após, a Gartner adquiriu o Meta Group e relançou o conceito com o nome de CPM, em 2001.

O CPM é um termo “guarda-chuva” que descreve metodologias, métricas, processos e tecnologias utilizados para monitorar e gerenciar o desempenho do negócio de uma organização. (Geishecker e Rayner, 2001).

A evolução deste conceito no mercado foi tornando-se confusa. Não pelos seus objetivos, mas pela forma como intitulá-lo.

Surgiram várias siglas: CPM (Corporate Performance Management), EPM (Enterprise Performance Management), BPM (Business Performance Management) ou simplesmente PM (Performance Management). Basicamente, elas possuem o mesmo significado.

Estas diferentes nomenclaturas para o mesmo conceito, só semeiam confusão.

Há quem acredite que CPM é completamente diferente de BPM. O que não é. É só outro nome para o mesmo conceito. Por isso, um grupo chamado BPM Standards Group (http://www.bpmstandardsgroup.org/) iniciou um trabalho para conciliar o uso do termo BPM. A intenção não é criticar ou incriminar quem usa o termo CPM, mas sim clarear os benefícios deste conceito para o usuário final.

Os diferentes termos surgem de acordo com as crenças dos vendors desta área. Abaixo, veja alguns exemplos destes vendors e as siglas que eles utilizam:

fig1
Um dos argumentos contra ao uso da sigla BPM para Performance Management, é que ela já é utilizada para descrever o Business Process Management.

O especialista em Performance Management Craig Schiff, sugere mudar o nome deste outro BPM (Process). Ele alega que o IDC, por exemplo, já o chama de BPA (Business Process Automation). Isto poderia ser facilmente aceito. Se esta “moda” pega, podemos concluir que a sigla BPM está disponível para utilização do Performance Management.

Uma outra maneira de analisar, é que estes dois conceitos são disciplinas complementares e crescem juntos todos os dias.

Inicialmente, o Process Management surgiu para automatizar e simplificar os processos com a meta principal de reduzir custos. Hoje, o Process Management tem ajudado as organizações a tornarem-se mais competitivas, com melhor performance e por fim, melhorando o bottom line[3]. Estas metas são muito similares às metas do Performance Management.

Process Management tende a ser mais operacional e Performance Management mais estratégico, mas essencialmente eles possuem muitas similaridades e são mutuamente suportáveis.

Agora, sobre a sigla CPM. O nome Corporate Performance Management pode implicar que o Performance Management é destinado somente a grandes empresas. Esta talvez seja a intenção de alguns vendedores, mas na verdade, este não é o único lugar em que PM pode ser utilizado. Afinal, médias empresas, empresas governamentais ou sem fins lucrativos também possuem estratégias utilizadas para nortear a busca de metas. Qualquer negócio é candidato à utilização de algum nível do Performance Management.

A sigla EPM pode acompanhar também a fama da sigla CPM de especificar qual tipo de empresa ou negócio pode ou não utilizar o Performance Management. E isto, os defensores da sigla BPM não querem, pois acreditam que o BPM pode ser implementado em qualquer tipo e tamanho de negócio ou empresa que possua uma estratégia bem definida.

Por fim, mais uma sopa de siglas de três letras, bem comum ultimamente em nossa área, traz confusão a tona. Bom seria se pudessem ser padronizadas.

Claro que existem questões bem mais relevantes a serem tratadas em Performance Management, mas que bom seria se existisse apenas uma sigla, não?

[1] ERP é uma plataforma de software desenvolvida para integrar os diversos departamentos de uma empresa, possibilitando a automatização e armazenamento de todas as informações de negócios.

[2] DW é um sistema de computação utilizado para armazenar informações relativas às atividades de uma organização em bancos de dados, de forma consolidada.

[3] Performance financeira e sua prestação de contas.