Medindo o Software – parte IV 
 

      Nesta quarta parte sobre o passo-a-passo do processo de contagem de Pontos de Função estaremos continuando a analisar o nosso mesmo exemplo: “O gerente possui um problema em seu controle de seu estoque. O mesmo precisa saber quantos produtos saíram e quantos produtos entraram no estoque. Os produtos que saem do estoque são vendidos pela loja online, que será controlada por outra aplicação. Após o término de um período de 30 dias o gerente precisa saber quais foram os produtos que tiveram mais saídas.” 

      Anteriormente descobrimos que a aplicação estava com 17 PFs, sendo 2 ALI de 14 PFs e 1 EE de 3 PFs. Agora iremos analisar quais são as informações que saem da fronteira da aplicação, existem dois: SE (Saída Externa) e CE (Consulta Externa). As Consultas Externas enviam dados para fora da fronteira da aplicação, por exemplo, uma listagem simples; já as Saídas Externas são a mesma coisa que a SE, acrescentando que possui cálculos matemáticos, cálculos, criar dados derivados ou qualquer outra manipulação dos dados além de simplesmente exibir os registros para o usuário, por exemplo, um relatório de média de consumo anual de produtos. 

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Figura 01 –  Fronteira da Aplicação 
 

      No nosso exemplo, descobrimos que o relatório solicitado dos produtos que tiveram mais saídas é um SE, pois será exibido os produtos de ordem decrescente a partir de um somatório de todas as saídas dos produtos. Para saber a complexidade e pontuação do SE é necessário saber quais sãos os ALIs que fazem referência e os TDs (Tipos de Dados únicos, não repetidos.); no relatório será exibido o Nome do Produto e a Quantidade de Saída, totalizando 2 TDs e, 1 ALI, Produto. Ao analisarmos a tabela a baixo, logo veremos que o SE é de complexidade Baixa, portanto terá 4 PFs. 
 

Tipos de Dados
Arquivos Referenciados <02 Baixa Baixa Média
02 – 03 Baixa Média Alta
>03 Média Alta Alta
Saída Externa: 4 PF – Baixa, 5 PF – Média, 7 PF – Alta

Consulta Externa: 3 PF – Baixa, 4 PF – Média, 6 PF - Alta

 

      Assim, concluímos a nossa contagem de pontos de função, totalizando 21 PF a aplicação. Após a obtenção dos Pontos de Função da aplicação pode ser feitos outros cálculos para se descobrir a produtividade, esforço e custo, como foi mostrado na parte I deste artigo. 

      Também é possível calcular o Fator de Ajuste, apesar de a partir da versão 4.3 do manual de práticas de contagem do IFPUG não tornar obrigatório, pois está focado na tecnologia e com o passar do tempo vem se tornando defasado. O Fator de Ajuste é utilizado para acrescentar ou diminuir em 35% o valor dos Pontos de Função de acordo com as 14 Características Gerais de Sistema, que são: 

  1. Comunicação de Dados
  2. Processamento Distribuído
  3. Performance
  4. Configuração Altamente Utilizada
  5. Volume de Transações
  6. Entrada de Dados On-Line
  7. Eficiência do Usuário Final
  8. Atualização On-Line
  9. Complexidade de Processamento
  10. Reutilização
  11. Facilidade de Instalação
  12. Facilidade de Operação
  13. Múltiplos Locais
  14. Facilidade de Mudanças
 
      Para cada característica existe uma variação de Nível de Influência de 0 à 5, após acharmos todos os NI das CGS, é somado, supondo-se que o Total de NI achado foi 34, é só aplicar a seguinte forma: 

VFA = (TNI x 0,01) + 0,65 = (34 x 0,01) + 0,65 = 0,99 
 

      Agora á só somar o VFA (Valor do Fator de Ajuste) com os pontos de função encontrado, totalizando então 21,99 PFA (Pontos de Função Ajustados). 
 

      Assim terminamos esta série de artigos. Até a próxima!