ACM GIS 2006 – Foco em Aplicações Móveis

 

Na semana passada estive participando do ACM GIS, simpósio internacional na área de Sistemas de Informações geográficas. Durante o evento foram apresentados 28 artigos e uma palestra convidada. O evento contou com a presença de cerca de 100 pessoas, de diferentes países, mas com forte presença de americanos (é óbvio), alemães e quatro trabalhos de brasileiros.

Palestra convidada

A palestra convidada foi de Frank Biasi, sobre SIG para a área de conservação, e responsável pelos sistes Conservation Maps (www.conservatiosmaps.org) e Conservation Commons (www.scgis.org), que são repositórios de informações geográficas para a área de conservação. Prof. Frank explicou as várias possibilidades de utilização de SIG na sua área específica, ressaltando duas necessidades: integração e compartilhamento de informações entre diferentes órgãos responsáveis e acompanhamento do histórico de cada área/espécie, para permitir o planejamento de ações mais eficazes.

Aplicações móveis

E por aí já começa um aspecto fundamental de todo evento: grande número de aplicações móveis. As mais óbvias, como acompanhamento de meios de transporte em uma cidade, para saber onde estão ônibus, trens e táxis disponíveis, até outras mais raras, como localizar pontos de encontro de animais selvagens, por exemplo, local que utilizam para reprodução, pois esta é uma área fundamental para conservação.

Os telefones celulares e PDA em geral são localizáveis, com margem de erro variável, isto se não possuírem um GPS acoplado. Assim, uma série de serviços torna-se viável, como geomarketing pessoal ou indicação de hospitais/socorro médico mais próximo. Se a posição for informada por uma pessoa, é necessário converter uma indicação vaga, como “meia quadra da Escola Piratini” em um endereço adequado, para que, por exemplo, bombeiros possam se deslocar até lá. Também há  a questão da privacidade, que torna necessário ocultar a posição exata da pessoa. Imagine um médico, que em alguns momentos pode ser importante saber onde está, mas nas horas de descanso é necessário não informar. Até que surja uma emergência.

Desenho de mapas

Uma segunda área de interesse está relacionada ao desenho dos mapas, afinal, para gerar as imagens que vemos na tela, alguns algoritmos não triviais são necessários. Os problemas principais estão relacionados a mapas com baixa escala, como 1:100.000 ou 1:250000. Nestes casos, mostrar toda informação disponível simplesmente torna o mapa ilegível. Contornos de estradas, rios, litoral, cidades devem ser simplificados, tarefa que exige grande conhecimento de geometria computacional. Já mapas de grande escala, como 1:1000 podem mostrar todos os detalhes, pois a área abrangida é pequena e não sobrecarregaria a imagem, nem o sistema.

Conclusão

Bem, para quem for sócio da ACM (Association for Computing Machinery - www.acm.org), não confundir com a Associação Cristão de Moços, todo material escrito deve estar disponível nos próximos dias. Certamente há vários trabalhos interessantes, incluindo aplicações reais e pesquisas sobre tópicos específicos.