Um novo cenário a se formar

 

Olá, leitores! Estamos de volta e antes de qualquer coisa gostaria de pedir desculpas pela demora em atualizar a coluna. Sabem como é, final de ano é como bombril: 1001 utilidades. Mas, no caso, 1001 problemas para serem resolvidos nos projetos pendentes de entrega.

 

Bom... No final do ano começa a temporada de trabalho dos adivinhos, cartomantes, mães Diná, astrólogos, videntes e todo o tipo de personagem que não conseguiu entrar na escola de magia Hogwarts. E para nós, seres viventes das exatas o mundo não é diferente: CIO’s fazem suas previsões bombásticas de que no próximo ano a Microsoft vai perder o trono para a turma do Linux, que o SQL Server será um banco de dados de verdade, que haverá budget para finalmente trocar o parque de máquinas da empresa, que com as novas características do Oracle 11g e do DB2 9.5 o trabalho do DBA será nulo (DBA pra quê?), o novo framework Java com Struts, BPM, Swing, ADF, SOA e Corba vai facilitar a vida dos programadores (nossa, fiz uma salada de coisas nesse frame) e por ai vai a lista.

 

Nos dois últimos meses, vi o mercado de BI não fazendo previsões, mas traçando rumos e, pelo visto, bem concretos.

 

Em outubro a SAP adquiriu a BO por nada mais, nada menos que US$ 6,8 bilhões. A IBM, que tinha uma estrutura fraca de BI, comprou em novembro a Cognos por US$ 5 bilhões. Vale lembrar que a corrida acelerada pelo domínio do terreno do BI foi iniciada pela Oracle em Fevereiro quando adquiriu, por US$ 3,3 bilhões, a Hyperion.

 

No relatório de 26 de janeiro do Gartner o quadro que víamos no mercado de BI era este:


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Sem muita frescura para imaginar a recolocação das empresas em função das aquisições e usando de técnicas avançadas de Paint, do início do ano pra cá, o quadro já ficou assim:

 

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De 15 empresas sobraram 11. Applix foi comprada pela Cognos em Outubro e a Spotfire comprada pela TIBCO em Maio.

 

No nicho das antigas grandes empresas, restaram MicroStrategy e SAS. O espírito do Xavante Juruna acabou de baixar aqui do meu lado e está me dizendo que logo, logo alguém vai acabar comprando a MicroStrategy também. A SAS já acho difícil, mas se alguém o fizer, terá a melhor estrutura de Data Mining e Análise Estatística (disparado léguas na frente dos concorrentes) no seu portfólio de produtos, o quê, na minha visão, é um grande diferencial para o BI.

 

Com o peso de empresas como IBM, Oracle e SAP, as companhias de menor porte deverão sofrer na disputa pelo mercado. A briga pela aquisição de novos clientes e absorção de clientes dos concorrentes deve gerar uma guerra muito próxima do blockbuster 300.

 

Qual a vantagem disso para os clientes? Integração dos produtos a ponto de terem todas as suas soluções centradas em um único fornecedor, o que garante um suporte mais adequado (e todos nós sabemos que é muito mais simples gerenciar uma estrutura homogênea do que a salada de bits que normalmente encontramos), pois o alto custo de se manter uma estrutura não padronizada ajuda a influenciar empresas a procurarem soluções como as que IBM, Oracle e SAP estão disponibilizando.

 

Em resumo, os grandes beneficiados com estas aquisições (além dos acionistas das empresas adquiridas) somos nós, clientes e profissionais envolvidos com estas tecnologias.

 

Os próximos dois anos serão bem intensos, na minha opinião. Vamos ver o que mais poderemos lucrar com essa briga de gigantes.

 

Um forte abraço a todos e boas festas!

 

Vander Emiro Muniz

vmuniz@triscal.com.br

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